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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

21 dez

O erro fatal de Rogério Cruz com o programa Goiânia Adiante

O prefeito de Goiânia Rogério Cruz está entusiasmado com o chamado programa Goiânia Adiante, segundo ele com a garantia de recursos de R$ 1,7 bilhão de reais para investimentos na construção de obras estruturantes de impacto nos próximos dois anos – a tempo, imagina, de provocar uma reversão política e viabilizar a sua hoje pouco provável reeleição.

Não vai acontecer. O plano mais mostra desespero que racionalidade estratégica. Não há sinais de haverá qualquer acréscimo afirmativo na qualidade de vida para quem mora na capital. E traz no bojo um erro potencialmente fatal: o Goiânia Adiante saiu da cabeça de um grupo alienado de secretários e assessores de Cruz, sem escutar absolutamente ninguém comprometido com o futuro urbano da metrópole mais dinâmica do Centro-Oeste. Uma rodinha fechada na qual faltam cérebros privilegiados, apenas dimensionada pela média intelectual e técnica que é a régua medíocre do próprio prefeito. Pior, sem conteúdo popular, no sentido de que pelo menos as instituições da sociedade civil formadas por engenheiros, arquitetos e empresários deveriam ter sido ouvidas, porém não o foram (a Câmara Municipal teria presença obrigatória nessa lista, mas é uma das mais rastaqueras de todos os tempos e não tem contribuição a oferecer).

O Goiânia Adiante, além de tudo o mais, tem um cheiro ruim, ao destinar centenas de milhões para licitações promovidas por uma administração, até agora, muito mal quanto a moralidade dos seus negócios e se transformou em alvo permanente do Ministério Público. Por fim: o que a cidade precisa, neste momento dramático, é do mínimo obrigatório para uma prefeitura: limpeza, organização, trânsito, atendimento médico, vagas nas escolas públicas infantis e demais pontos da sua rotina diária. Não de viadutos e obras faraônicas.