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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

30 dez

Mão pesada da Justiça Eleitoral ameaça os mandatos de 10 deputados em Goiás

Os políticos que atuam em Goiás precisam acordar para uma realidade hoje irreversível: a Justiça Eleitoral endureceu e não engole mais desvios que, antes, candidatos a mandatos eletivos praticavam, porém, sempre escapando impunes.

Aliás, não é só no Estado, mas no país inteiro. A conduta irrepreensível do ministro Alexandre Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral e fiador da democracia brasileira irradiou-se para todas as instâncias do aparelho judicial eleitoral. Há uma nova postura, 100% intolerante com abusos.

Daí que são muitos os deputados estaduais e federais vitoriosos neste ano, em Goiás, agora ameaçados de cassação. Na Assembleia Legislativa, Major Araújo, Paulo Cézar Martins e Delegado Eduardo Prado, do PL; Gustavo Sebba e dr. José Machado, do PSDB, também. Eles integraram chapas que não obedeceram a cota de gênero, ou seja, contaram com um número de mulheres abaixo do mínimo de 30% exigido em lei. Um antecedente perigoso para esses cinco: dois vereadores da atual Legislatura da Câmara de Goiânia já perderam as suas cadeiras por esse motivo e mais um está na escada do cadafalso.

Deputada eleita pelo PP, Vivian Naves, mulher do prefeito de Anápolis Roberto Naves, entrou na mira, denunciada pelo Ministério Público por um impressionante acervo de crimes cometidos para captar votos, todos relacionados com a utilização maciça de funcionários e recursos da prefeitura, tudo isso com base em abundância de provas, inclusive as mais graves para esse tipo de processo: testemunhas.

Entre os federais, pela mesma violação à cota feminina, estão no alvo todos os parlamentares do PL: Gustavo Gayer, Magda Mofatto, Daniel Agrobom e Prof. Alcides. Este último ainda teve a sua prestação de contas impugnada de cabo a rabo, mediante uma coleção riquíssima em irregularidades e fraudes ostensivas na campanha – cuja sanção é a perda do mandato.

Políticos e partidos vão finalmente aprender, em Goiás, a custo elevado, que a legislação eleitoral é coisa séria e deve ser obedecida, não ignorada ou atropelada.