A incógnita do secretariado: Caiado deixa a classe política em suspense quanto a nova equipe
O governador Ronaldo Caiado já está em Goiás, recolhido à tranquilidade da sua fazenda em Americano do Brasil para cumprir o período final de repouso necessário após a sua cirurgia de ponte de safena. Já empossado no segundo mandato, em uma solenidade à distância adaptada a essa circunstância, Caiado não deu até agora nem um reles indicativo sobre qual será o seu novo secretariado, a não ser no sentido de que a maioria seguirá onde está.
Alguns poucos políticos estiveram com ele, mas saíram de mão abanando. O governador vive um momento de esfinge. Enão há quem ouse a se arricar a decifrá-lo.
Eis aí uma incógnita nunca vista antes na política estadual: uma gestão que começa apenas estendendo o havido na anterior. Isso deixa a a classe política em polvorosa. Incertezas e expectativas não faltam. Caiado vai acolher representantes de partidos que o apoiaram na campanha? Convocará parlamentares para que suplentes assumam suas cadeiras? Abrirá mão da forte configuração técnica predominante na escolha dos seus auxiliares até agora? Dará espaços para o vice-governador Daniel Vilela?
Fora Pedro Sales como titular da maior secretaria estadual, a de Infraestrutura, ninguém sabe nada. Não se deve esquecer de que temos um governante diferenciado. Certas concessões ele não faz. Ao contrário de todos os seus antecessores, as margens de negociação política são estreitas no Palácio das Esmeraldas. Deve-se admitir que, no primeiro mandato, funcionou. E funcionou mais ainda quando a capacidade de articulação de Caiado foi testada, como se viu no acerto da aliança antecipada com o MDB e na bem sucedida formação da frente partidária que não deixou alternativas para os adversários e sustentou a sua reeleição.
No mínimo, há um jeito e um padrão de fazer política que não correspondem aos padrões tradicionais. É melhor se acostumar com isso.