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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

10 jan

Ibaneis exagera no uísque, é chamado de “Enganeis” por não ser confiável, mas não foi pior que Flávio Dino na crise do ataque aos Poderes

Dizem os jornais que o presidente Lula está irritado com os seus ministros da Justiça, Flávio Dino, e José Múcio, da Defesa, considerando que os dois falharam escandalosamente na crise da invasão bolsonarista dos Três Poderes, no domingo, 8.

Múcio deveria pedir demissão pelo fiasco. Nem é preciso entrar em detalhes. Flávio Dino dormiu no ponto e cometeu um equívoco da maior gravidade, incompatível com a sua posição, ao esperar do governador do DF Ibaneis Rocha uma ação garantidora do espaço físico da Esplanada, onde foram depredadas as sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário.

Ibaneis está no olho do furacão. Dificilmente voltará ao cargo do qual foi afastado pelo ministro Alexandre de Morais. Adepto da boa vida – o que significa comida de primeira, vinho e uísque à vontade, não é nem um pouco confiável. No serpentário político de Brasília, como diz o experimentado jornalista Wilson Silvestre, ele é conhecido como “Enganeis” Rocha, pela característica de tentar levar na barriga.

Vamos lá: em 24 horas, deposto, “Enganeis” tornou-se personagem menor da tragédia configurada pelo ataque às instituições, cuja consequência é desmoralizar o governo Lula como incapaz de se defender minimamente preservando os seus símbolos de poder. A bola da vez é o ministro Flávio Dino. Testado, mostrou-se incompetente para cumprir as suas funções. Fala como o homem da cobra, mas não age e procura agradar a todos e a todas (conforme o politicamente correta, deveria ser “todes”). Chegou a dizer que viu da janela do seu gabinete, no domingo, que o sistema de segurança da Praça dos Três Poderes estava enfraquecido e não teria efetividade diante de uma balbúrdia, no entanto, não fez nada.

Vai pra casa, Dino. Junto com Múcio e “Enganeis”.