A inútil tentativa de ressurreição do PSDB em Goiás
O PSDB estadual é um caso de “morte morrida” que merece um estudo especial. Durante 20 anos, tomou conta de forma avassaladora da política em Goiás, mas cavou por conta própria uma sepultura bem funda nas eleições de 2018 e se meteu lá dentro, de onde provavelmente nunca vai sair.
Segundo o ex-governador Marconi Perillo, há poucos dias, partidos políticos enfrentam revezes naturais e depois renascem das cinzas. Ele citou o MDB goiano como exemplo, insinuando que o PSDB pode seguir o mesmo caminho.
Mas há uma diferença entre a debacle do PMDB a partir de 1998 e a queda dos tucanos 20 anos após. Tal como Marconi Perillo, Iris Rezende perdeu duas eleições sucessivas e beijou a lona. Sem vaidades e sem perseguir quimeras, o velho cacique assumiu a presidência do partido e começou a viajar pelos municípios para reunir os cacos da legenda. Humildemente, aceitou na sequência disputar a prefeitura de Goiânia, cercado pelos prognósticos generalizados de que uma derrota seria inevitável. Não foi e ele reviveu a sua liderança, embora pagando o preço de nunca mais se viabilizar para o governo do Estado (arriscou duas vezes e perdeu).
Marconi teve a mesma chance em 2022, quando poderia ter disputado uma cadeira na Câmara Federal. Vitória garantida, ganharia novamente um lugar ao sol, só que não resistiu ao canto da sereia e achou que tinha cacife para se eleger ao Senado. Com a derrota, está condenado a fazer em 2026 o que deveria ter feito no ano passado, candidatando-se a deputado federal com quatro anos de atraso.
Percorrer o interior, nem pensar. Em seu espaço reservado na coluna Giro, de O Popular, Marconi anunciou há dois meses o início de um périplo pelas bases tucanas sobreviventes. Mesmo sabendo que poderia resolver a parada com uma agenda de três dias, no máximo, não aconteceu. Lembrem-se, leitoras e leitores, do que este blog reafirma sempre: o ex-governador não sabe fazer oposição. Não nasceu para isso. A política, para ele, só tem sentido com o tacão do poder nas mãos. Na tanga, é o que se vê: nada vezes nada, nenhuma ação inteligente, só a cabeça batendo a esmo para cá e para lá.
Anotem aí: o PSDB, em Goiás, já era em definitivo.