Caiado tem R$1 bilhão de razões para manter a Saneago longe das garras dos políticos
Última gema da preciosa coleção de estatais dilapidadas pelos governos do MDB e do PSDB entre 1983 e 2018, a Saneago tornou-se nas mãos do governador Ronaldo Caiado uma companhia enxuta, bem administrada e sobretudo dotada de alta produtividade quanto ao objetivo de levar saneamento básico a goianas e a goianos em todos os cantos do Estado.
Em menos de 40 anos, escoaram pelo ralo duas portentosas usinas hidrelétricas (Corumbá e Cachoeira Dourada), três bancos (BEG, Caixego e BD) e a Celg, todas empresas públicas de valor incalculável, sem que se tenha a mínima ideia do destino dos bilionários recursos arrecadados com essas privatizações ou esvaídos pelos desvãos da corrupção que foi a regra na história de cada uma delas. Uma única e honrosa exceção foi a Celg GT, espécie de resto da Celg, vendida em uma operação conduzida por Caiado que amealhou R$ 2 bilhões: essa bolada sabe-se onde está, ou seja, foi aplicada na capitalização do fundo previdenciário do funcionalismo estadual e lá rende mais de R$ 200 milhões por ano.
Caiado chegou a pensar em oferecer ao mercado ao menos metade da Saneago, o que permitiria manter o seu controle acionário. Ocorre que o desempenho da estatal, nos últimos quatro anos, foi excepcional, com um nível elevado de investimentos e, o que é melhor, a formação de um caixa de R$ 1 bilhão de reais. Com uma disponibilidade de tal monta, não há obra que não possa ser realizada nos próximos quatro anos em termos de água tratada e esgoto, por esse Goiás afora. Será mamão com açúcar.
Em resumo: depois da época de trevas em que os seus cofres foram assaltados, até mesmo com prisão de um presidente e vários diretores em sucessivos escândalos, a Saneago vive hoje sob as luzes das boas práticas de governança e está pronta para um período de realizações inédito em seus 54 anos de história. Não há como dissociar dessa conquista o trabalho do analista ambiental paranaense Ricardo Soavinski, que Caiado convenceu a vir para Goiás em um momento, início de 2019, em que ele tinha o passe disputado pelo governo federal e por outros Estados.
É difícil acreditar em mudança de rumo, com a entrega da Saneago a políticos – ou a um indicado deles. Um governador como Caiado não brincaria jamais com R$ 1 bilhão de reais. Soavinski fica.