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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

01 fev

A eleição que até chama atenção, mas na prática tem pouca ou nenhuma consequência

Será na próxima sexta, 3, a eleição visando à formação da lista tríplice destinada a escolher quem se assentará na cadeira de procurador-geral de Justiça de Goiás pelos próximos dois anos. Apenas três candidatos se inscreveram, o que significa que todos serão encaminhados ao juízo do governador Ronaldo Caiado – ele poderá se decidir por qualquer um, embora haja expectativa institucional pela nomeação do primeiro colocado.

O atual procurador geral, Aylton Vechi, ficou em terceiro lugar, há dois anos, e foi o abençoado de Caiado. Agora, em ordem alfabética(conforme aparecem na foto cima), estão na corrida os promotores de Justiça Carlos Vinícius Alves Ribeiro e Cyro Terra Peres e o procurador de Justiça Paulo Sérgio Prata Rezende. O jornal O Popular publicou uma matéria apontando um tom político para a disputa, o que é difícil de acreditar. Quem levar terá conduta isenta e republicana como representante maior do Ministério Público Estadual, tal como sempre foi, tal como sempre será. É como se o procurador geral sempre fosse o mesmo.

parquet, como é conhecido em francês, funciona fora de padrões hierárquicos: cada um dos seus promotores e procuradores atua com autonomia assegurada em lei, o que significa, na prática, que não recebem ordens de ninguém para fazer ou deixar de fazer o que quer que seja. Comandam a si próprios. Em todos os assuntos, a opinião do chefe maior é uma a mais, não algo de cumprimento obrigatório.

Resumidamente: Carlos Vinicius e Cyro estão engalfinhados pelo 1º lugar. Ambos trabalham duro, cabalando pessoal e diretamente votos na capital e no interior. Prata arrisca uma inédita campanha pelo WhatsApp. Cyro é o nome da preferência de Vechi, o que tende a ser um fator preponderante para convencer Caiado a seu favor. Porém, Carlos Vinicius tem ligações com a filha do governador, Anna Vitória, que o pai escuta sistematicamente em situações na área jurídica (ela é advogada militante). Significa, quase com certeza: um dos dois vai ser o ungido, independentemente do resultado da eleição.