José Nelto ativou o modo sucessão da política em Goiânia: começou a corrida pelo Paço Municipal
Com declarações críticas ao prefeito Rogério Cruz e ao senador Vanderlan Cardoso, óbvios pretendentes a prefeito de Goiânia em 2024, o deputado federal José Nelto usou a coluna Giro, em O Popular, para deflagrar o processo sucessório em Goiânia – e, de fato, já estava na hora. De quebra, Nelto aproveitou sutilmente para introduzir na disputa o executivo-advogado Pedro Salles, prestes a assumir a recém-criada Secretaria estadual de Infraestrutura – SEINFRA.
As declarações provocaram turbulência. Cruz e Vanderlan responderam em linguagem dura. Sales ainda não se manifestou e provavelmente não o fará. Há quem diga que ele estaria inclinado a enfrentar alguma candidatura, depois de quase ter se lançado a deputado federal em 2022. É um nome técnico, de perfil semelhante ao de Tarcísio de Freitas, eleito governador de São Paulo depois de ter ocupado o Ministério da Infraestrutura. Desde já, é citado também como possível vice de Daniel Vilela, na sua inevitável busca pelo governo do Estado daqui a quatro anos.
Seu destino, contudo, depende de Caiado. Por ora, Pedro Sales é uma carta na manga. Sim, seria uma boa alternativa para a prefeitura de Goiânia, desde que abertamente bancado pelo governador, como Tarcísio Freitas foi avalizado pelo presidente Jair Bolsonaro. Mas tem uma pedra no meio do caminho: Rogério Cruz apoiou e foi leal a Caiado na campanha da reeleição do ano passado. Enfrentou o seu próprio partido, o Republicanos, que ficou com Gustavo Mendanha, e abriu uma divergência a favor do representante do União Brasil, sem vacilar. Não se pode dizer que não ajudou. Ao contrário, o posicionamento do prefeito veio com muita antecipação, no momento exato em que teria utilidade para mostrar a força de Caiado como postulante a mais um mandato. E teve.
Salles é um projeto a ser construído. Em Goiás, não há precedentes. Em outros Estados, como São Paulo, por exemplo, são inúmeros os exemplos de candidatos que saíram do nada e venceram com o endosso de um governador. João Dória é um deles. Foi fabricado e venceu. De resto, o próprio Tarcísio Freitas, um desconhecido, foi escolhido pelos paulistas no último pleito. Saiu do zero para a governadoria. Possível é, portanto.