Isso é uma vergonha: só interesses próprios e nenhuma preocupação com Goiânia
A reunião do novo articulador político do prefeito de Goiânia Rogério Cruz com os vereadores, em busca de uma pacificação nas relações entre a Câmara e o Paço, foi… uma vergonha.
Absolva-se Jovair. Sua missão seria ouvir e prometer ajudar no atendimento das demandas dos nobres parlamentares municipais. Coisa miúda, necessária para a governabilidade, diante do apetite por cargos e emendas. Mas é provável que, com uma experiência de inúmeros mandatos na Câmara Federal, o ex-deputado estivesse preparado para escutar algo mais profundo, mais conectado com a condução da gestão da capital. Uma ou outra sugestão, talvez. Só que daí não saiu nada.
Para perto da integralidade da composição do Legislativo que deveria servir a Goiânia, a interação com a prefeitura resume-se aos empregos para os seus indicados e ao pagamento dos acréscimos introduzidos no orçamento, geralmente para miudezas específicas para os bairros onde cada um tem as suas bases. Existem exceções a confirmar essa regra. Lucas Kitão é uma. Quanto ao resto, não houve avanço mínimo a respeito de uma visão de conjunto para a cidade ou melhor, uma abordagem por mais superficial que seja de políticas públicas de interesse vital para a população – mobilidade, saúde, educação infantil, limpeza, trânsito, drenagem capaz de evitar inundações, cultura ou segurança (sim, existe uma guarda municipal e ela tem a ver com praticamente tudo isso).
Romário Policarpo, presidente da Câmara, acreditem, mal chegou aos 35 anos. Convenhamos, parece ter mais. Euler Belém, editor do Jornal Opção, cunhou um neologismo que tem a ver: jovelho, no caso referindo-se a velhos que conservam a cabeça jovem. Policarpo é o contrário. Ele falou na reunião com Jovair e o que disse? Reclamou que Rogério Cruz não paga com rapidez as emendas e não nomeia os fulanos apresentados pelos vereadores para preencher a suas respectivas cotas. Nem um pio sobre qualquer tema ainda que distantemente ligado ao cotidiano das goianienses e dos goianienses. Com dito no primeiro parágrafo, isso é uma vergonha e não pode continuar.