Uma chance para a ressurreição de Marconi, se tiver humildade: candidatar-se a prefeito
O ex-governador Marconi Perillo não é mais visto no noticiário. Seu partido, o PSDB, encolheu local e nacionalmente, aproximando-se da condição de pó de traque. Iguala-se hoje ao PSOL. Ainda assim, Marconi guarda alguma liderança. Em pesquisas para prefeito de Goiânia ou Aparecida, que começam a circular, oscila entre o segundo e o quarto lugares.
Iris Rezende, depois de perder para o governo do Estado e para o Senado, em 1998 e 2002, passou por uma situação semelhante. Quando viu sua boa posição nos levantamentos para a eleição subsequente na capital, não hesitou e se candidatou. Contra a opinião geral, ganhou e ressurgiu das cinzas. Pode-se concluir que foi corajoso e mostrou humildade, descendo do pedestal no qual reinou por 16 anos. Ou melhor: foi “descido” pela vontade popular, porém aceitou a sentença, abrindo as portas para a sua própria reinvenção.
Maguito Vilela é outro exemplo. Perdeu duas vezes seguidas para governador, uma delas para o insosso Alcides Rodrigues. Como Iris, encheu-se de coragem e de humildade para se “reduzir” à disputa pela prefeitura de Aparecida. Venceu e junto veio a oportunidade para reescrever a sua história. Não fora a Covid-19, seria hoje prefeito de Goiânia, com um leque de possibilidades pela frente.
A receita para a volta de Marconi é a mesma: uma candidatura a prefeito. O ex-governador, se continuar achando ser mais do que é, se não trancar a húbris em uma gaveta, acabará se transformando em alma penada da política. Terá no máximo a saída da postulação a deputado federal em 2026, com quatro anos de atraso. Em 2022, achou pouco e se meteu na concorrência pelo Senado, torrando à toa o seu cacife. Se entrar na briga em Goiânia ou em Aparecida dará uma demonstração de coragem (e ele sempre apregoa ter muita) e principalmente de humildade, as virtudes inspiradoras do renascimento de Iris e Maguito. Deu certo com eles. Pode dar com Marconi.