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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

15 fev

Dois significados para a frase de Caiado sobre não disputar eleições

No final de janeiro, em um encontro com deputados estaduais, o governador Ronaldo Caiado pronunciou um conjunto de frases até hoje objeto de interpretações: “Quero governar sem nenhuma pretensão de disputar com nenhum de vocês. Fiquem tranquilos: eu sou aliado de vocês. Não estou disputando mais nenhum cargo no Estado de Goiás, vocês podem ficar tranquilos”, disse com clareza.

Passado algum tempo e submetida a um intenso escrutínio, a fala leva a duas conclusões inafastáveis. Primeiro, a de que a candidatura ao Senado, em 2026, não vai acontecer. E atenção: diferenciado como é, Caiado sempre fez o que avisou que ia fazer. Não é de manobrar estratégias como Iris Rezende, aquele que vivia mudando de ideia para se lançar postulante a isso ou aquilo por “convocação” do povo. O governador, assim, tende a cumprir rigorosamente o que antecipou quanto a futuras eleições em Goiás.

Mas… em Goiás, vejam bem, leitoras e leitores. Nacionalmente, as portas estão abertas para a hipótese de uma postulação para a Presidência da República e Caiado pode passar por elas, mesmo porque, dentre os nomes da direita democrática lembrados para 2026, o dele já está naturalmente incluído. E vontade há. Ocorre que projetos presidenciais dependem de uma miríade de circunstâncias, até mesmo da sorte, e aí pode ser que as coisas não deem exatamente certo. Nessa conjectura, o governador estaria fora da política, pelo menos a eleitoral, preferindo se dedicar à família e a uma vida de qualidade compatível com a sua idade na época. Em resumo, são só duas alternativas: ou se candidata ao Palácio do Planalto ou se aposenta e daí não sairá.