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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

23 fev

O sonho dourado de todos os governadores de Goiás que só Caiado conseguiu realizar

Todos os governadores de Goiás desde a redemocratização, em 1982, acalentaram um irrealizado sonho dourado: liderar um Estado fiscalmente equilibrado, com receitas maiores que as despesas, endividamento reduzido, muito dinheiro em caixa e ao mesmo tempo prover conquistas importantes para a sociedade como, por exemplo, a redução drástica dos índices de criminalidade.

A única exceção é Ronaldo Caiado. Para ele, deu certo. O milagre administrativo perseguido por Iris Rezende, Maguito Vilela, Marconi Perillo e outros, sem sucesso, aconteceu e hoje Caiado governa sem pressão financeira alguma, com um inacreditável saldo de R$ 10 bilhões em conta corrente – e um detalhe: crescendo a cada mês. Graças ao RRF e ao Supremo Tribunal Federal, libertou-se das parcelas historicamente pesadas referentes a amortização da dívida, as mesmas atrapalharam vida dos inquilinos do Palácio das Esmeraldas até então.

Também: antes de Caiado, todos apontavam para a escalada da violência como uma inevitabilidade decorrente das desigualdades sociais. Sem solução, assim. Agora, está provado que… não. A paz social é uma realidade, sob o slogan “ou bandido muda de profissão ou muda de Goiás”. Roubo de carro tornou-se raridade. Explosão de caixas eletrônicos e assaltos na “saidinha” dos bancos, zero ocorrências. E por aí afora.

A gestão de Caiado é a que os seus antecessores almejaram, só que ficaram na vontade. Todos foram manietados por dificuldades imensas, carregaram o fardo da venenosa arritmia entre os recursos que entram e os que saem, pagaram prestações altíssimas de empréstimos que nem souberam por que foram contratados ou para onde foram, enfrentaram greves principalmente de professores (Caiado, nenhuma) e assistiram sem reação à delinquência generalizada. E isso sem falar na praga da corrupção.

O atual governador não é perfeito. Ninguém é. Goste-se ou não dele, leitoras e leitores, logrou ir aonde os anteriores não chegaram, contando com a sua autoridade moral, responsabilidade e um inovador distanciamento da política. Nunca cedeu a chantagens. Mudou parâmetros antigamente consagrados como regras de rotina. Ao iniciar o seu segundo mandato, está aparelhado para praticamente fazer o que quiser – leia-se: as obras e programas que quiser, livre das limitações que acossaram os governantes do passado.