Mendanha diz que não foi chamado por Caiado para conversar, mas, se for, irá tranquilamente
O ex-prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha entrou no olho do furacão com a hipótese de uma aproximação sua com o governador Ronaldo Caiado e, na sequência, talvez até mesmo assumir uma vaga no secretariado estadual. Ele tem o figurino exato para ocupar uma pasta como a Secretaria de Indústria & Comércio, dada a condição de representante de um dos três maiores polos industriais regionais (Goiânia e Anápolis são os outros dois).
Caiado tem antecedentes para reviravoltas políticas. Foi assim que Daniel Vilela, adversário em 2018, como Mendanha em 2022, terminou incluído na bem-sucedida chapa da reeleição, na vaga de vice. Antes, em 2014, foi a vez de Iris Rezende. Uma demonstração e tanto do espírito conciliatório e da capacidade de articulação do governador. Que agora, tudo indica, está a caminho de repetir a dose, em uma operação delicada e cercada de desdobramentos de parte a parte.
Nesta quarta, Mendanha falou com o jornalista Helton Lenine. Se convidado para se encontrar com Caiado, o fará com a maior civilidade possível, disse. Sem nenhum problema, ressaltou. Reafirmou, no entanto, que essa conversa ainda não aconteceu. Há sinais de fumaça aqui e ali, mas, de concreto, nada. Quanto ao que vem pela frente, segue em processo de avaliação.
Ou seja: Mendanha se manifestou dentro do roteiro obrigatório para situações assim. Está na dele, farejando os fatos. Tem muitas decisões a tomar, dentre as quais a principal é a definição da sua filiação partidária, se fica onde está (a sigla que está surgindo da fusão do Patriota com o PTB e se chamará Mais Brasil) ou se busca algo de maior consistência para o seu futuro. A acomodação com Caiado passa por tudo isso.
O governador já está resolvido em relação a Mendanha. Vai abrir o canal e deixar fluir para ver onde vai dar. O entorno do ex-prefeito é majoritariamente favorável a uma composição, em especial seu maior aliado, o prefeito de Aparecida Vilmar Mariano. Caiado provavelmente ouvirá Daniel Vilela. As vantagens de um acordo, para o atual vice e provável candidato em 2026 pela base governista, serão enormes. Igualmente, para Mendanha – o benefício é devolver a sua carreira pública a um leito estável, ao lado das referências mais significativas da política estadual por agora e por muito tempo ainda.