MDB retoma a condição de peça chave da política em Aparecida
O MDB está no centro das atenções da classe política de Aparecida, uma das mais atrasadas e provincianas do Estado, apesar do ambiente de modernidade sugerido pelo potencial industrial da economia local e da classificação do município como o segundo mais populoso do Estado.
Três postulantes à prefeitura na eleição do ano vindouro miram o partido para dar sustentação às suas candidaturas. O principal é o atual prefeito Vilmar Mariano, ora completando um ano no cargo desde assumiu com a renúncia de Gustavo Mendanha para disputar e perder o governo do Estado. O convite para se filiar ao MDB, assinado pelo vice-governador Daniel Vilela, já está na mesa de Vilmarzim.
O ex-prefeito Ademir Menezes, o aparecidense a ir mais longe na política estadual como vice do governador Alcides Rodrigues, também está de olho na legenda. Ele sonha voltar depois de um longo recolhimento, quando cedeu espaço para o filho Max Menezes, infelizmente malsucedido em duas tentativas de busca por um mandato na Assembleia.
Por último, o presidente da Câmara André Fortaleza, uma liderança em crescimento na cidade e fora, que tem a vantagem de já ser filiado ao MDB. Fortaleza e Vilmarzim são desafetos, sustentando uma briga de vida e morte, homérica para os padrões de Aparecida.
Vilmarzim, Ademir e Fortaleza são em tese postulantes a prefeito. Vilmarzim, óbvio, é o mais certo. Está no cargo e tem direito à reeleição. Ocorre que tudo isso passa por uma figura hoje recolhida em casa depois das eleições do ano passado, mas seguindo em frente como dominante na política municipal: Gustavo Mendanha, ele próprio interessado em se reinserir no emedebismo, embora se sentindo indesejado por Daniel Vilela – além de vice, Daniel é o presidente estadual da sigla.
Onde vai dar essa maçaroca? Pelo status de prefeito, Vilmarzim tem a preferência. Mas não consegue se acertar com Mendanha. Este primeiro pensa em si próprio e depois no resto. Tem um estirão pela frente, depois dos 800 mil votos faturados na disputa pelo governo. Pode ser, neste ajuste fino, que seus objetivos deixem de confluir com os de Vilmarzim e aí as coisas se compliquem. Mas o MDB é fundamental nessa equação. Representa tradição, proximidade com um governador bem aprovado e cobertura política para disputar uma eleição.