Política em Aparecida acabou virando de pernas para o ar
Nada mais é como antes na política de Aparecida. Antigos aliados estão rompidos, o ex-prefeito Gustavo Mendanha, maior liderança da cidade, está imprensado contra a parede, e todos aguardam a intervenção do governador Ronaldo Caiado e do vice Daniel Vilela – os dois observam o novo cenário sem se manifestar.
O prefeito Vilmar Mariano, sem obras e sem identidade, depois de um ano no cargo, está expurgando a turma de Mendanha que permanecia dominante no seu secretariado. Já tirou o ex-poderoso secretário da Fazenda André Rosa e está puxando o tapete de Fábio Passaglia, procurador-geral com influência na gestão desde a época do ex-prefeito. Mendanha, insatisfeito, não apareceu na posse do substituto de André Rosa (Einstein Paniago, homem de confiança de Jorcelino Braga).
O deputado federal Prof. Alcides colocou a sua candidatura a prefeito no ano vindouro. De qualquer maneira. Diz-se próximo dos 70 anos e que, na política, só resta realizar o sonho de comandar a gestão do município onde foi acolhido e fez fortuna (é nascido em Santa Helena). Sim, é parceiro de Vilmarzim, mas resolveu colocar os seus interesses pessoais à frente de tudo e já é acusado de traidor pelos articuladores da Cidade Administrativas, todos desde já se referindo a ele com adjetivos pesados.
Gustavo Mendanha, na planície, parece não saber exatamente onde colocar os pés. Flerta com Caiado e Daniel Vilela, porém ao mesmo tempo imagina liderar a oposição estadual em 2026, relançando-se candidato a governador. Em condições de normalidade, apoiaria a reeleição de Vilmarzim. Apoiaria. No momento, procura um candidato, que pode ser o ex-deputado federal e candidato derrotado ao Senado João Campos (o mais votado em 2022 em Aparecida).
Enquanto isso, diante da debilidade do atual prefeito e do veto legal a uma nova candidatura de Mendanha (seria a terceira, o que é expressamente proibido na legislação eleitoral), proliferam nomes para a disputa de 2024: o megaempresário Osvaldo Zilli, o ex-prefeito e ex-vice governador do Estado Ademir Menezes, o seu filho Max Menezes, o deputado federal Glaustin Fokus, o ex-deputado federal e candidato derrotado ao Senado Delegado Waldir, o presidente da Câmara André Fortaleza e por aí afora, em uma lista que soma mais de 20 nomes.
Todos, de cabo a rabo, esperando um fato decisivo: o posicionamento de Caiado e de Daniel Vilela. E, dentro desse viés, com quem ficará o MDB, o partido vencedor de todas as eleições no município desde a primeira vitória de Maguito Vilela, em 2008.