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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

24 abr

O rolo compressor de Caiado na Assembleia

A aprovação, com rapidez, do projeto introduzindo alterações na natureza jurídica do Ipasgo e o transformando em um similar de plano de saúde privado deixou patente: o governador Ronaldo Caiado conta com um rolo compressor na Assembleia Legislativa para atender aos interesses do Poder Executivo.

Formar maioria esmagadoras é da política: não há governo, em parte alguma da terra, que não tenha como prioridade montar uma base de apoio sólida no Parlamento. Dos 41 deputados, 27 votaram com o governador. Apenas 8 ficaram contra. Os demais ou não compareceram ou se abstiveram, sem fixar posição contra Caiado.

A questão do Ipasgo seria o tipo da matéria polêmica propícia para exploração política por parte dos supostos defensores do funcionalismo. Mas, mesmo entre quem votou pela rejeição, houve pouca ou nenhuma contestação. Apenas um deles, o petista Mauro Rubem, intentou o caminho da judicialização. O magistrado em cujas mãos caiu a ação optou pelo arquivamento puro e simples. Não havia argumentos convincentes.

Demonstrado está: Caiado não terá problema algum com a Assembleia. O que mandar, será chancelado, sem sustos. E com a vantagem de uma oposição enfraquecida (os três deputados do PL e os dois do PSDB estão ameaçados de perder seus mandatos, diante do risco de cassação das suas respectivas chapas por descumprimento da cota de 30% de mulheres), sem ânimo e sem inteligência para a briga em plenário e as manobras de bastidores. Nem barulho é capaz de fazer.

E tudo isso sem contar com a garantia de governabilidade representada pelo presidente Bruno Peixoto, bem-sucedido líder do Palácio das Esmeraldas nos últimos quatro anos. Os tempos são e devem continuar a ser de paz e tranquilidade para Caiado na Assembleia.