Poucas vezes um governador obteve vitória tão marcante como o OK do STF para a “taxa do agro”
O julgamento do Supremo Tribunal Federal concluído a favor da manutenção da “taxa do agro” é uma vitória do governador Ronaldo Caiado sem similar em qualquer momento do passado. Como se trata de um nome da política com a sua história vinculada à defesa da produção agropecuária, Caiado emerge muito, mas muito mesmo, fortalecido pela resolução do STF.
Imaginem o contrário, leitoras e leitores. A mais alta Corte Judiciária do país decidindo contra a contribuição fiscal instituída por Caiado para o que vem das fazendas, exceto os componentes da cesta básica. Seria um desastre. Politicamente, enfraqueceria o governador e abalaria a imagem de dedicação ao bem maior do Estado e, dentro dessa linha, a busca de recursos para a manutenção da malha viária e da infraestrutura do Estado.
Por maioria esmagadora, 7 x 3, o Supremo acolheu o ponto de vista do governo de Goiás. De Caiado, enfim. A “taxa do agro” é constitucional e atende aos requisitos da legislação tributária brasileira. Azar para as vivandeiras do agronegócio, eternas insatisfeitas diante da obrigação de contribuir com os cofres públicos, mas maiores usuárias das estradas e pontes a partir de agora mais bem conservadas com os recursos dessa nova fonte de arrecadação. E ainda a lembrar os caminhões pesadíssimos da mineração. Justa, justíssima, a convocação de Caiado para pagar pelo que usam.
Politicamente falando, o agro goiano é uma anedota. Acreditou na eleição do Major Vitor Hugo para governador e abandonou o seu mais antigo e tradicional padroeiro. Vestiu a camisa maltrapilha do bolsonarismo e se desorientou a ponto de invadir o plenário da Assembleia para impedir a aprovação da nova contribuição fiscal, um gesto inútil e sem efeito prático. Faltou juízo. E inteligência. É um setor politicamente burro da sociedade.
O veredito final do STF consagra Caiado. Hábil e experiente, o governador soube trançar os pauzinhos para alcançar os seus objetivos, passando como um rolo compressor por cima de adversários ingênuos e despreparados. O agro foi politicamente esmagado. Envergonhado. Fora daí, é trabalhar, produzir e pagar a taxa sem choro.