Após sucessão de erros, Vilmar Rocha enfrenta o desafio da sobrevivência
Mais de 70 anos (na verdade, 72) e ostentando uma longa carreira política, mas muito longa mesmo, o ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-candidato a senador derrotado por duas vezes e ex-secretário de inúmeras pastas no governo de Goiás (na época de Marconi Perillo) e ex-presidente do PSD Vilmar Rocha chegou a uma encruzilhada.
Sem dó nem piedade, ele foi apeado do comando do partido fundado por Gilberto Kassab, que Vilmar acreditava ser seu amigo do peito. Sim, era e é. Mas política se faz com realismo e pragmatismo: Kassab se rendeu às circunstâncias e entregou o PSD goiano à sua maior figura formal, o senador Vanderlan Cardoso. É uma tradição que o controle partidário, nos Estados, fique nas mãos de quem tem mandato.
Vilmar Rocha foi escanteado. Reagiu recusando-se a assumir qualquer posição, mesmo decorativa, no novo diretório estadual. Pela primeira vez em sua trajetória, deparou-se com um vácuo à sua frente, consequência de uma série de erros, tal como recusar a sua própria indicação para a Secretaria da Casa Civil do governo Caiado 2 para privilegiar a nomeação do insosso ex-deputado federal Francisco Jr. para a presidência da mais insossa ainda Codego. Um cartucho valioso, ou seja, espaço em um governo bem aprovado e realizador, foi desperdiçado.
Na política, ninguém sobrevive a derrapadas seguidas. Vilmar deixa fluir as especulações sobre o seu futuro imediato, como, por exemplo, deixar o PSD para se filiar ao União Brasil. Certo. Mas o que isso acrescenta? A ele ou ao União Brasil? Outra hora fala em candidaturas futuras, para as quais o seu horizonte está fechado. O momento é difícil para esse ex-tudo da política de Goiás. Sobreviver está quase impossível.