Informações, análises e comentários do jornalista
José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

04 jul

Aprovação de 76% para Caiado vem do êxito na segurança, mas não só

O instituto Paraná acaba de divulgar uma pesquisa realizada em Goiás com um índice de 76% de aprovação para o governador Ronaldo Caiado, como resposta à apresentação da pergunta direta: “Aprova ou desaprova o governador Ronaldo Caiado?”. É um índice muito elevado, podendo ser traduzido para a seguinte fórmula: em cada 10 goianas e goianos, entre 8 e 9 acham que a atual gestão vai bem.

É o significado matemático do levantamento, confirmado quando se detalham os índices: 59,7% de ótimo + bom (ou seja: 19,5% ótimo + 40,2% bom), 27% de regular e irrisórios 11% de ruim + péssimo (4,5% ruim + 6,5% péssimo). Quando se resume esse cenário ao quesito aprova ou desaprova?, tem uma perspectiva sobre como se definem os avaliam Caiado como regular, ficando claro, portanto, que a maioria aprova.

 

LEIA TAMBÉM

Fenômeno de popularidade: pesquisas mostram Caiado com aprovação entre 60 e 70%

Com 44% dos votos em 2022, Caiado é o principal cabo eleitoral em Goiânia

Contra pesquisas não há argumentos: o recorde de Caiado, segundo a voz do povo

 

É assim que se chegou aos 76% de aval popular registrados pelo governo, talvez um recorde na história política e administrativa de Goiás. Nem Iris Rezende nem Marconi Perillo nem qualquer outro inquilino do Palácio das Esmeraldas chegou perto. Pelo Brasil afora, tanto hoje como antes, não é um índice encontrado com facilidade. É de se perguntar como Caiado conseguiu. E a resposta começa pelo reconhecimento de que a gestão é de fato inovadora e marcou avanços extraordinários, em especial na área de segurança – com uma redução espetacular da criminalidade, ao contrário do sempre dito no sentido de que a violência seria a consequência inevitável das desigualdades sociais e não seria jamais contida.

Pois foi, graças à reorganização e reequipamento das polícias, mas não apenas. Pesou a imensa autoridade moral de Caiado, expressa na fórmula dos seus primeiros dias no mandato inicial: “Bandido ou muda de profissão ou muda de Goiás”. De uma forma ou de outro, o governador botou medo nos marginais. Dezenas e dezenas morreram em confronto com as forças de choque da PM. Goiás deixou de ser uma praça interessante para roubar e matar. Até mesmo as grandes quadrilhas, especializadas no novo cangaço, foram desmanteladas, com o Estado assumindo posição de liderança nacional na preparação de táticas de enfrentamento a esse tipo de assalto Criou-se até uma “doutrina goiana”, baseada em repetidos exercícios de simulação, envolvendo agentes, militares e a própria população.

A segurança está na raiz de tudo. Um sucesso que agora pode ser lido nas colunas da pesquisa do instituto Paraná. É uma empresa de credibilidade? Não é um Datafolha, porém sempre mostrou méritos. Serve de aval maior para os seus números quanto a Caiado, contudo, é o fato de se alinhar com levantamentos recentes, inclusive do Serpes. Os percentuais são parecidos. Desde a eleição passada, a média de ótimo + bom do governador oscila em torno dos 60%. É isso, acima de qualquer outro fator, a principal credencial do Paraná Pesquisas nesse trabalho.

Além das virtudes pessoais e administrativas de Caiado, há a considerar a contribuição da oposição, a mais raquítica já vista no Estado. Quem não aderiu se calou e mergulhou. Em outra manobra de antecipação, como foi a definição de Daniel Vilela para a vice da chapa da reeleição, um ano e meio antes do pleito, ele avisou que não será mais candidato a nada, em Goiás, e saiu, portanto, do foco do tiroteio sucessório. Sim, frio por ora, mas sempre latente nos bastidores. No caso de Caiado, ao anunciar abrir mão de postulações estaduais, como o Senado, basicamente, o resultado foi se alçar acima da política goiana e da sua conflagração diária, para navegar em um mar da tranquilidade. Em última análise, lá na frente, pode voltar atrás e se lançar, sem problema algum. Ou apoiar a primeira-dama Gracinha.

Todos os governadores de antigamente perseguiram ardorosamente o que Caiado alcançou. Caixa folgado, parcelas da dívida quase zeradas, máquina enxuta, despesas muito abaixo das receitas, Assembleia dominada sem crises e ainda três anos e meio de mandato fincado em alicerces consistentes, responsabilidade fiscal e capacidade para voar alto. Nenhum chegou lá. Goiás, de fato, experimentou um divisor de águas, uma ruptura muito mais qualificada do que foram as eleições de Iris em 1982 e de Marconi em 1998, próximo do que foi a revolução do início dos anos 60 com o governo Mauro Borges. É isso, tudo isso, que explica a pesquisa do instituto Paraná.