Histórico dos primeiros PACs em Goiás é de decepção, por que seria diferente com o novo?
O novo PAC – Programa de Aceleração do Crescimento lançado na semana passada pelo presidente Lula reservou quase R$ 100 bilhões em investimentos para Goiás até 2026. Para todo o Brasil, estão previstos R$ 1,7 trilhão. São números monumentais, espetaculares e, caso concretizados, poderiam, sim, acrescentar pontos consideráveis ao PIB – Produto Interno Bruto não só do país, como especialmente de Goiás.
Mas não acreditem, leitoras e leitores. Seria uma demonstração de ingenuidade. Nunca é demais repetir: papel aceita tudo. Dos PAC antigos, sobrevivem 5.344 mil obras paradas, mais de 400 em Goiás, decorrentes de parcerias não cumpridas com prefeituras. Aliás, de tudo prometido pelos governos do PT para o Estado nos PACs 1 e 2, faltam ainda quase R$ 130 bilhões. E olhem que essa parlapatice começou em 2007. Acrescentem-se agora os exatos R$ 98,5 bilhões anunciados no bojo do PAC 3 e se terá noção do tamanho do engodo.
Essas cifras não sustentam o trololó de Lula na tentativa de desembolorar mais um programa das gestões petistas passadas, já recendendo a naftalina. Especialistas apontam para a óbvia inexistência de tanto dinheiro disponível nos cofres do governo federal e muito menos do setor privado, a quem malandramente foi atribuída a responsabilidade por quase um terço desses recursos. Assim como os PACs 1 e 2 terminaram malsucedidos, o PAC 3 se esvairá pelo mesmo caminho, apostam a maioria dos economistas e técnicos que atuam no setor de infraestrutura nacional.
Ainda assim, há razoáveis probabilidades de alguma vantagem para Goiás. Determinados projetos listados são estrategicamente interessantes para atender aos interesses eleitorais de Lula – lembrando que o presidente não faz nada antes de avaliar o retorno em popularidade. É o caso, por exemplo, do BRT do Entorno, ao afetar a vida de quase um milhão de trabalhadores entre Luziânia e Santa Maria. Esse sai. A construção do CORA – Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás também, porque é a grande prioridade estabelecida pelo governador Ronaldo Caiado e ele não vai ser deixado na mão. Quanto ao resto, muita reza será necessária. À toa, com certeza.