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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

19 set

Adib considerou “ofensiva” proposta apresentada pelos irmãos Galdinos

O prefeito de Catalão Adib Elias ficou surpreso com a proposta de acordo apresentada pelos irmãos Galdinos, em reunião na última sexta, 15, na sua residência, em Catalão, com a presença do vice-governador e presidente estadual do MDB Daniel Vilela. O encontro representou mais uma tentativa de conciliação entre os dois grupos, o que, se houvesse, desaguaria na imediata volta de Adib ao partido – do qual foi expulso em 2019 por ter apoiado a primeira eleição do governador Ronaldo Caiado.

De lá para cá, o MDB catalano passou a ser controlado pelos Galdinos, sob a liderança de Elder, um dos maiores pecuaristas do Sul goiano. Elder disputou a prefeitura em 2020, chegando a 14 mil votos. Já Adib cravou o dobro. Detalhe: Elder pelo MDB e Adib pelo Podemos.

O prato à disposição na mesa, agora, é uma composição entre eles, com o retorno de Adib ao ninho emedebista (onde passou 41 anos), mas também, na visão de Daniel Vilela, com a permanência dos Galdinos, fazendo do MDB em Catalão um dos mais poderosos e influentes do Estado (já foi). O caminho para essa união seria o lançamento de uma chapa para as eleições municipais do ano vindouro com representantes de ambas as partes. Aparentemente, fácil. Mas aí a porca torceu o rabo.

Os Galdinos não perderam tempo e abriram a conversa com Adib (lembrando: conduzida por Daniel Vilela) propondo Elder na cabeça e um nome indicado pelo atual prefeito na vice. Defendendo essa fórmula, foram até o fim. Adib se espantou. E provável que Daniel Vilela também (mas essa é uma especulação). Pela lógica, competiria ao lado mais forte liderar a chapa. No caso, Adib, cuja liderança se sobrepõe – com folga – a qualquer outra corrente da política de Catalão.

 

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O prefeito entendeu que, além de ofensiva, a “oferta” dos Galdinos mostrou falta de noção e até amadorismo. Se pelo menos tivessem mostrado uma pesquisa, um dado concreto… É regra de ouro da luta pelo poder: quem está nele leva vantagem e não entrega jamais. Se alguém quiser, precisa tomar. Adib chegou a rir, por dentro, confidenciou. Óbvio, a tentativa de convergência fracassou redondamente diante desse absurdo. Adib está pronto, sim, para se refiliar ao MDB e deseja ardentemente dar esse passo, mas só o fará recebendo o comando total da legenda em Catalão e nos municípios vizinhos. Se não for assim, ele está com a ficha de adesão ao União Brasil do governador Ronaldo Caiado no bolso. O reconhecimento da sua história e da sua carreira bem-sucedida, acredita, passa pelo tapete vermelho para ser novamente acolhido no partido, com Daniel Vilela assinando embaixo e os Galdinos aceitando ou tomando outro rumo. Fora daí, nem conversa Adib quer mais.