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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

05 nov

Equatorial repete desculpas da Enel às vésperas do caos nos serviços de energia

Pesquisem no Google, leitoras e leitores, e verão que as desculpas da Equatorial para as constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica, pelo Estado afora, são as mesmas das quais a antecessora Enel abusava na tentativa de justificar a má prestação de um serviço público básico para a população e para o mundo dos negócios. Em resumo, que as deficiências no sistema se acumularam sem solução durante anos e anos, décadas, e que não é possível resolver de uma vez, apesar dos volumosos investimentos na qualificação da rede de distribuição – algo que ninguém pode comprovar e que provavelmente não é real, por contrariar a lógica empresarial.

Sim, a estratégia da Equatorial é se esconder atrás da alegação de que, desde quando assumiu, já aplicou R$ 1,3 bilhão no cumprimento das responsabilidades a ela entregues. É o mesmo valor que a Enel apresentava, sempre que questionada sobre o fiasco na execução das suas obrigações. Em um caso e no outro, a verdade é diferente. Uma companhia de porte que gasta uma fortuna adquirindo outra não tira mais dinheiro dos cofres, persegue a recomposição do que gastou e até pode aportar recursos, mas… tirados da lucratividade da própria operação e olha lá.

 

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As chuvas mal estão começando e os cortes de energia dispararam. Em Goiânia e no interior, o caos está desenhado. Cidadãs e cidadãos são prejudicados, assim como as pessoas jurídicas. É um filme visto. Piorado, no entanto, com a repetição das evasivas e dos subterfúgios a que a Equatorial está recorrendo. Essa estória de que tudo o de ruim vem de antigamente e que demanda tempo para ser corrigido é uma piada de mau gosto. Há anos e anos que a Celg se foi Se, de fato, houvesse a mobilização de R$ 1,3 bilhão para consertar e melhorar a disponibilidade de energia, agora ou antes, problemas sérios não existiriam. São recursos em demasia, muito acima do que exigido para manter ajustado e funcional uma estrutura de distribuição elétrica de porte reduzido como a de Goiás.

De resto, falatório não trará nenhuma solução, o que a Equatorial precisa é relacionar a sua presença em Goiás com algum avanço na sua área de operação, ainda que mínimo. E isso não ainda não aconteceu. Com a temporada de águas engrossando o caldo a partir da próxima semana, o que vem aí é um cenário generalizado de transtornos para a vida cotidiana das goianas e dos goianos. Aliás, já acontecendo em São Paulo, onde, não por coincidência, a concessionária é a nossa conhecidíssima Enel.