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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

23 abr

Em menos de 6 meses, Marconi reduz PSDB à metade nos municípios

Nem seis meses se passaram desde que a direção nacional do PSDB foi entregue ao ex-governador de Goiás Marconi Perillo e o partido, nesse tempo, praticamente desapareceu em 10 das capitais mais importantes do país, tendo sido também abandonado pelas suas antigas lideranças mais importantes, com exceção do ex-presidenciável Aécio Neves – na razão direta do seu o sonho de ressurreição como candidato a governador de Minas Gerais em 2026 e por isso obcecado em manter a legenda sob o seu controle, monitorando com cabresto curto a movimentação de Marconi.

Em São Paulo, a mais importante praça política brasileira, o PSDB perdeu de uma tacada só todos os seus oito vereadores. E isso se replicou pelo país afora, em benefício de siglas como o MDB, PL e PSD, que se fartaram com a atração de quadros tucanos a pretexto da janela partidária de março último (que, na verdade, se encerrou a 5 de abril).

Marconi esperneou o quanto pôde. Mas não conseguiu segurar a debandada dos vereadores. Ninguém mais leva o PSDB a sério, depois do partido entrar em decadência ao deixar escapulir entre os dedos a condição de antagonista do PT, missão agora nas mãos da direita que ousa dizer o seu nome, a capitaneada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas, como se sabe, o ex-governador goiano não é besta: quando assumiu a presidência tucana, sabia no que estava se metendo e pesou o custo-benefício. Ou seja, mesmo pulando conscientemente em um buraco cujo fundo ainda não foi alcançado, o cargo, no entanto, tem as suas mordomias: gabinete em Brasília, celulares, passagens aéreas, carros com motorista, diárias e verbas para gastar, embora reduzidas exponencialmente pela diminuição da cota mensal sacada no fundo partidário, ainda que enxuta porque proporcional ao tamanho da bancada na Câmara Federal (hoje de apenas 13 deputados).

Em Goiânia, por inspiração de Marconi, o PSDB vai lançar um candidato sem a mínima densidade eleitoral para a disputa pela prefeitura: o apresentador Matheus Ribeiro, aquele que anunciou ser o próprio marqueteiro e ao mesmo tempo corre desesperado atrás de um vice qualquer para fechar a chapa. Derrota contratada por antecipação, como se vê, e acachapante. Quem diria: o partido que governou o Brasil com Fernando Henrique Cardoso e mandou em Goiás por 20 anos, virou… pó de traque. Será em cima desses escombros que Marconi tentará voltar das profundezas do Hades para entrar na corrida pelo governo do Estado em 2026 e se suicidar politicamente em definitivo.