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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

03 jun

Às vésperas da “cirurgia” para remover sua candidatura, reação de Vilmarzim é incógnita

Com a iminência dos meados de junho, cresceu em Aparecida a convicção de que o prefeito Vilmar Mariano (UNIÃO BRASIL) será mesmo removido da corrida eleitoral e substituído, na representação da base governista, pela candidatura do ex-deputado federal Leandro Vilela, o sobrinho de Maguito Vilela e primo do vice-governador Daniel Vilela. Pesquisas preparatórias estariam indicando que Vilmarzim não conseguiu responder ao desafio de crescer nas intenções de voto e encostar no líder absoluto, o Prof. Alcides – este, sim, é que teria avançado ainda mais na disputa pelo comando da Cidade Administrativa, a sede do governo municipal aparecidense.

Fontes rentes a Daniel Vilela e ao ex-prefeito Gustavo Mendanha usam a expressão “cirurgia” para definir o afastamento do atual prefeito, de resto, além dos levantamentos quantitativos, também apontado em estudos qualitativos como uma inviabilidade absoluta quanto a um novo mandato. Além disso, surgiu um novo condicionante: a continuidade de Vilmarzim representaria a afirmação da política provinciana e miúda em Aparecida, em vez de uma proposta de renovação – simbolizada por Leandro Vilela – mais adequada ao caráter de potência industrial conquistado pelo município. A resiliência do Prof. Alcides no 1º lugar das pesquisas, escalando cada vez mais percentuais maiores, oferece como contraponto a visão de que a alternância de poder parece cada vez mais um caminho aprovado por largos contingentes do eleitorado aparecidense, entre os quais prevalece a percepção de que Vilmarzim estaria muito abaixo das exigências para o exercício do cargo de prefeito.

A “cirurgia”, portanto, vem aí. O roteiro é mais ou menos esse: por volta do dia 15 vindouro, Vilmarzim terá um encontro com o governador Ronaldo Caiado, na presença do vice Daniel Vilela e do seu antecessor Gustavo Mendanha, este credenciado pela certidão de cabo eleitoral número um de Aparecida. Nesse momento, será confrontado com planilhas de institutos de pesquisas de indiscutível credibilidade demostrando que não possui qualquer exequibilidade diante do Prof. Alcides, depois de desperdiçar dois anos e meio na direção da prefeitura e se manter na faixa dos 30 pontos atrás do adversário. Ah, mas Leandro Vilela também está na mesma situação. Sim, é verdade. Porém, Leandro tem um sobrenome valorizado e popular entre as aparecidenses e os aparecidenses, além de um perfil de juventude e renovação. Suas possibilidades de ascensão, na campanha, são incontestáveis.

A incerteza que persiste é a reação de Vilmarzim ao ser extirpado pela “cirurgia” que vai definir a participação da base governista no pleito municipal em Aparecida. Aceitará e se conformará, ao ter lançadas na sua cara as pesquisas a comprovar a impossibilidade da sua reeleição, ou recorrerá a retaliações como cruzar os braços e não apoiar Leandro Vilela ou irá a extremos como se bandear para as fileiras do Prof. Alcides, de quem, última e significativamente, passou a lembrar que é amigo e “companheiro” (o que é verdade)? Ninguém sabe. Ele, o Mariano, diz aos mais próximos contar com um trunfo: teria ouvido de Sandro Mabel a promessa de que, em não sendo candidato da base governista em Aparecida, Mabel renunciaria e igualmente deixaria de enfrentar o páreo pelo Paço Municipal em Goiânia. Verdade ou não, Mabel tem se desdobrado por Vilmarzim, a ponto de dizer a Caiado, dias atrás, que teria pesquisas mostrando o prefeito em empate técnico om o Prof. Alcides. Não as apresentou, contudo. E é difícil acreditar. A “cirurgia”, desse modo, está confirmada.