Reviravolta está a caminho em Anápolis, com derrota de Gomide
A pesquisa Serpes/O Popular sobre as eleições em Anápolis foi cruel para o candidato do PT, que tenta esconder essa filiação, Antônio Gomide. Da época em que liderava isolado, com mais de 50%, no início da campanha, não restou nem uma pálida sombra. Gomide despencou para 34,9% das intenções de voto, com o suplente de deputado federal Márcio Correa, pelo PL, na sua cola com 30,1%. É praticamente um empate técnico, com os dois em 1º lugar, alargando-se ligeiramente a margem de erro.
O que aconteceu? É, mais uma vez, para terror do petista, a manifestação do antipetismo que se instalou em Anápolis e que, nas eleições de 2020, já derrotou Gomide – naquele pleito, tal como agora, começando disparando na frente, para em seguida cair, cair até ser massacrado por Roberto Naves no 2º turno. É a história se repetindo inversamente, não como farsa, porém como tragédia… para o candidato que tentou disfarçar as suas origens mudando as cores do seu material publicitário – abandonou o vermelho e mergulhou no azul – e assumindo um discurso onde não cita nem de longe o presidente Lula e sim o “presidente da República”.
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As projeções da Serpes para o 2º turno ainda dão vitória para Gomide, mas a diferença para Márcio Correa é diminuta, não mais de 4 pontos. Esse é um mau sinal, indicativo claro de que a candidatura do PT em Anápolis é um Titanic com data marcada para afundar. E ainda paira no ar a governista Eerizânia de Freitas, aparentemente condenada a não crescer em razão da sua identificação com um prefeito rejeitado e com baixíssima aprovação, caso, como se sabe, de Roberto Naves. A decisão deve ficar mesmo entre Gomide e Márcio.
Os eventos de campanha de Gomide em Anápolis são batizados de “caminhada da vitória” ou “carreata da vitória’. Parece precipitado. Parece, não. É precipitado e muito. Se há uma visão autorizada pelas pesquisas sobre as expectativas quanto ao desfecho das eleições anapolinas, essa é a de mais um amargo insucesso. E o marketing adotado não vai ajudar. O tradicional kit de Jorcelino Braga para os programas eleitorais na televisão, com visitas artificiais de Gomide a casas de eleitores, para conversas forçadas sobre problemas do dia a dia, é mais do mesmo e soa inverídico. Deu certo no passado, inclusive na virada de Naves sobre o próprio petista em 2022, mas agora causa uma má impressão, algo distante da realidade e excessivamente demagógico. Na sequência, virão pessoas do povo com perguntas que o candidato responderá com candura, seguindo a receita tradicional de Braga. Não funciona. É manjado. Pior: o tempo restante é preenchido pelo “fez isso, vai fazer aquilo”. Chega a enjoar. É cópia fiel do programa de Adriana Accorsi, em Goiânia, só que na capital quem fez foi o pai Darci Accorsi. Podem acreditar, leitoras e leitores: o final de tudo isso não vai ser bom, para Gomide.