Gomide e Naves destruíram o potencial econômico de Anápólis e agora a conta chegou
Em 16 anos, os prefeitos de Anápolis Antônio Gomide e Roberto Naves construíram a derrocada econômica de um município outrora uma explosiva potência econômica e chegou até a ser chamado de “Manchester” goiana, em alusão à poderosa cidade industrial da Inglaterra que também, por coincidência, não é mais hoje sequer pálida sombra de antigamente. Não se deve chegar ao exagero de atribuir todas as responsabilidades a Gomide e a Naves, mas não é possível dissociar os dois do dramático desastre anapolino – seja, como for, a queda aconteceu gradativamente ao longo das gestões de ambos na prefeitura.
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Não adianta fugir da verdade: os grandes movimentos da história de Anápolis, ladeira abaixo, não podem ser explicados apenas pela emergência de novas tendências na economia estadual, em especial a ascensão de Aparecida a partir das gestões de Maguito Vilela. A estratégia dos polos empresariais, paradoxalmente iniciada em Goiás pelo DAIA, alavancou a antiga cidade dormitório de Goiânia e, ao se multiplicar, acabou atropelando Anápolis. Nos levantamentos sobre os PIBs dos municípios, Aparecida já aparece em empate técnico com Anápolis no 2º lugar (Goiânia ocupa a 1ª posição), mas essas estatísticas, por uma questão metodológica, ainda se referem a dois ou três anos atrás. Quando houver uma atualização, Aparecida estará isolada logo após Goiânia e Anápolis aparecerá humilhantemente correndo o risco de ser superada por desafiantes como Jataí, Rio Verde, Catalão ou Itumbiara.
Culpa de Gomide e Naves? Em parte, para ser condescendente. Ambos foram prefeitos paroquiais, voltados para a miséria cotidiana da política local, sem interlocução com o resto do Estado e do país. Nos seus 16 anos de governos, não atraíram mais do que 10, 20 novas empresas, mesmo assim direcionadas para Anápolis por intermediação do governo do Estado. A montadora de carros da CAOA foi a última aquisição de impacto, aliás, antes de Gomide. Depois, veio Naves, zero em investimentos, cuja maior contribuição foi uma viagem à China para depois anunciar um ridículo e inexistente investimento da gigante do comércio online Alibaba para implantar um centro de distribuição na cidade. Cômico, não fora trágico.
O governador Ronaldo Caiado, anapolino da gema, até tentou ajudar. Depois de décadas em que os seus antecessores se esforçaram em vão, logrou ampliar a área do DAIA, abrindo espaço para quase uma centena de empresas. A Codego publicou um edital e…. pfffff. Ninguém se interessou. Apareceram 16 interessados, dos quais 10 já instalados, em busca somente de algum tipo de expansão. Enquanto isso, em Aparecida, 400 empreendedores aguardam a disponibilização de terrenos para montar seus negócios. Um distrito industrial lançado por Caiado na antiga área do Complexo Prisional vai oferecer lotes suficientes para todos eles – e consequentemente passar uma borracha para sempre no histórico industrial de Anápolis. É a marcha da história, porém como consequência inevitável da incompetência e do apequenamento dos dois piores prefeitos da história anapolina.
As eleições em Anápolis, neste ano, oferecem o retrocesso representado por Antônio Gomide, ante a omissão de Roberto Naves, que nem sequer ousou colocar a cabeça para fora para indicar um candidato do peito, como seria natural para qualquer governante, e a incógnita simbolizada por Márcio Corrêa – esse, pelo menos, com um discurso honesto à altura de admitir decadência do município e se propor a aglutinar forças para um enfrentamento. É um primeiro passo. É uma aposta que vale a pena, adiante do esquerdismo envergonhado de Gomide e da lembrança do fiasco de Naves, um prefeito conscientemente ousado… a ponto de arrebentar a prefeitura para eleger a própria mulher para a Assembleia Legislativa, não para elevar Anápolis. Quem sabe será agora possível para Anápolis reagir?