Alguma coisa acontece com Gomide, em queda em Anápolis
O candidato a prefeito de Anápolis pelo PT Antônio Gomide já esteve nas alturas dos 50% de intenções de votos. Durante meses, liderou as pesquisas, mas, tal como o Professor Alcides, esse pelo PL, em Aparecida, beneficiou-se de uma peculiaridade: nem em Anápolis nem em Aparecida havia adversários definidos. Os dois corriam uma corrida sem mais ninguém na raia. Sem obstáculos, subiram. Com adversários em campo, como talvez não poderia deixar de ser, tanto um como outro escorregaram ladeira abaixo.
Ainda podem vencer. Quem sabe? O caso de Gomide é mais grave. Nas três últimas pesquisas realizadas por institutos de credibilidade média e alta, Márcio Corrêa, do PL-MDB, experimentou uma ascensão significativa. Primeiro, foi a Voga/Rádio São Francisco: Gomide 44%, Márcio Corrêa 26,5%. Depois, o levantamento do Real Time Big Data, instituto da Rede Record: Gomide 38%, Márcio Corrêa 20%. Por último, a pesquisa do Jornal Opção, nesta semana, em que Gomide aparece com os mesmos 38%, porém Márcio Corrêa salta para 32,5%.
Pronto. É suficiente para concluir: o antigo favoritismo do candidato petista esfumaçou-se no ar. Mal iniciada a campanha, só o lançamento de Márcio Corrêa foi suficiente para abalar Gomide. E ainda vem aí a professora Eerizânia de Freitas, pelo UNIÃO BRASIL, embalada pelo apoio rasgado do anapolino governador Ronaldo Caiado. Hoje, Eerizânia, a desconhecida que saiu do zero nas pesquisas, já beira os 5%. É fácil prever: nesse patamar ela não ficará, embora não se saiba ainda em qual jacá ela vai buscar pontos para crescer: o de Gomide ou o de Márcio?
A disputa em Anápolis, uma das praças eleitorais do Estado com maior histórico de reviravoltas, está a caminho de mais uma. Pode ser Márcio Corrêa ou, em uma surpresa maior ainda, a depender da influência de Caiado, Eerizânia de Freitas, que infelizmente tem em seu desfavor os desgastes do prefeito Roberto Naves e da sua péssima avaliação entre as anapolinas e os anapolinos.
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Diz-se que Anápolis não só é bolsonarista, como também e muito mais antipetista. Isso foi fatal para Gomide na eleição passada, quando igualmente começou na frente e terminou derrotado. Provavelmente, esse microclima político e ideológico não mudou em nada, tanto que o Antônio não mostrou até hoje a fotografia tirada na semana passada ao lado do presidente Lula, em Brasília, e, arriscadamente indo mais longe, adotou o azul e amarelo do PSDB como as cores oficiais da sua campanha, enterrando o vermelho socialista do PT, em uma tentativa de iludir o eleitor quanto as suas inequívocas origens políticas . Sinal de que ele está farejando algo muito ruim pela frente.