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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

06 set

“Efeito Caiado” já acontece em Goiânia e começa a funcionar em Aparecida

O candidato a prefeito de Goiânia pela base governista Sandro Mabel já está no 1º lugar das pesquisas, por enquanto em empate técnico com Adriana Accorsi (PT) e Vanderlan Cardoso (PSD), porém já se isolando deste último. Não há dúvidas de que Mabel foi impulsionado pelo “efeito Caiado”, isto é, a influência inconteste do governador Ronaldo Caiado na capital a partir da sua aprovação de 86% (em uma pesquisa chegou a 87%) entre as goianienses e os goianienses.

Caiado é um trunfo e tanto nas eleições municipais deste ano. Depois de Goiânia, seu peso começa a ser sentido em Aparecida, onde Leandro Vilela (MDB-UNIÃO BRASIL) iniciou uma trajetória de alta nas pesquisas. Tudo isso – o cenário eleitoral em Goiânia e Aparecida – tem a ver com a deflagração da temporada de propaganda dos candidatos no rádio e televisão. O governador é a estrela principal do horário gratuito de Mabel e também de Vilela. Não economiza palavras para recomendar o voto nos seus abençoados. E pede de maneira sincera e rasgada, da mesma forma que assume a responsabilidade pelas indicações de um e de outro. Não há meio-termo: Caiado entrou para valer e isso, para azar dos adversários, não passa em branco.

 

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Nos programas de propaganda de Mabel e Leandro no rádio e televisão só dá Caiado. Trata-se de uma estratégia de comunicação óbvia e acertada. Não é de hoje que cientistas políticos das universidades goianas apontam o governador como o cabo eleitoral número um das eleições deste ano. E ninguém discorda. O salto de Mabel em Goiânia, já consolidado nos novos índices que passou a ostentar depois de iniciado o horário gratuito, é um atestado eloquente. E igualmente está em andamento em Aparecida, onde o palanque eletrônico enfrenta alguma limitação ao ser retransmitido unicamente pela TV Record, que disputa a audiência municipal com a TV Anhanguera.

O 2º turno está se configurando entre Mabel e Adriana Accorsi. Não vai ser fácil para a petista que hoje esconde as suas origens ideológicas e tenta se apresentar como preocupada apenas com a gestão da cidade, numa tentativa de escapar ao antipetismo ululante em Goiânia. Venhamos e convenhamos: será um 2º turno cujo resultado pode ser previsto inequivocadamente diante da aglomeração dos votos de Vanderlan e do bolsonarista Fred Rodrigues na candidatura de Mabel. Ela está derrotada de antemão.

Em Aparecida também vai haver um 2º turno, entre Professor Alcides e Leandro Vilela. Alcides enveredou por uma linha suicida de campanha, recusando-se a entrevistas, debates e a meras conversas com jornalistas. Luiz Geraldo, o âncora da CBN Goiânia que aguardou inutilmente pelo comparecimento do Professor a uma sabatina rotineira, disse que em sua longa carreira na imprensa estadual nunca viu nada semelhante: um candidato que vira as costas para qualquer contato com o eleitorado e se concentra em tímidas aparições no seu próprio horário de rádio e TV ou diante de plateias controladas. Sim, é inédito. Vale acompanhar para ver qual será o desfecho, como disse Luiz Geraldo.

Pelo sim, pelo não, o “efeito Caiado” parece cumprir um papel resolutivo nas eleições em Goiânia e Aparecida. Já em Anápolis, ainda não se fez notar, mesmo porque lá o UNIÃO BRASIL lançou uma candidata durona, portadora dos desgastes do prefeito Roberto Naves e amplamente desconhecida. No cronograma eleitoral, no entanto, ainda é cedo e os 30 dias daqui até as urnas representam uma eternidade – e no final das contas Eerizânia de Freitas pode surpreender, embora essa aposta não valha, por ora, nem um tostão furado. É melhor não subestimar Caiado.