“Rabo de peixe”: QG de Alcides entra em pânico com a pesquisa DataUFG/O Popular
Observem o gráfico acima, leitoras e leitores. Trata-se do espelho da pesquisa realizada pelo instituto DataUFG por encomenda do jornal O Popular. O levantamento de campo foi realizado de uma só vez na última terça, 10. Publicada na noite desta sexta, 13, é o mais recente raio X do cenário eleitoral em Aparecida. Apesar de confirmar os índices apurados durante a mesma semana passada pelos institutos Atlas/Intel e Paraná Pesquisas, essa apuração caiu como uma bomba no QG (se é que existe um) da campanha do Professor Alcides, candidato do PL.
Notem bem: para mostrar a evolução positiva de Leandro Vilela, candidato do MDB-UNIÃO BRASIL, a escolha do departamento de artes de O Popular foi traçar linhas, uma ascendente, a de Leandro, outra descendente, a de Alcides, a partir dos números da pesquisa anterior, em um espaço de 10 dias. Em um exercício de imaginação, vamos agora projetar o desenvolvimento dessas linhas, dentro da hipótese bastante provável de se enxergar nelas uma onda em formação entre o eleitorado aparecidense. Significa: mantida essa trajetória, em pouco tempo, os dois traçados estarão se cruzando no futuro, desenhando o que se convencionou chamar no mundo das pesquisas de “rabo de peixe” ou inversão das expectativas.
A conta finalmente chegou para a campanha mais estranha jamais desenvolvida por um candidato em um grande centro urbano em Goiás. Alcides subestimou todos os riscos e exerceu ao máximo a arrogância dos supostos vencedores por antecipação. Beira o inacreditável: o chamado Professor não dá entrevistas, não promove qualquer mobilização de rua, não vai a debates e colocou no ar um programa de televisão baseado em apenas um pilar, o de que seria um filho de Aparecida (o que, tendo nascido na Bahia, não é). Suas redes sociais são quadradas e antiquadas. A assessoria de imprensa, ridícula, ao se limitar a um release e três fotos de vez em quando, enquanto a campanha de Leandro Vilela distribui cinco ou seis por dia, acompanhados de 20 fotos, no mínimo. Há um abismo de ineficiência entre uma campanha e outra.
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Vilela, o novo nome de Leandro, buscando, é óbvio, aproveitar o recall do seu tio Maguito Vilela, sempre foi o que continua sendo: um adversário potencialmente poderoso, cujos méritos para escalar nos índices de intenção de votos jamais poderiam ser minimizados, como foram, pelos “estrategistas” de Alcides. Primeiro, pela juventude e cara de inovação. Segundo, por contar com o apoio de dois cabos eleitorais de respeito em Aparecida, o governador Ronaldo Caiado e o ex-prefeito Gustavo Mendanha. E, por último, pela sua própria força de trabalho: ele é incansável. Anda feito uma formiguinha o dia todo e parte da noite. No sábado, 14, um bom exemplo: protagonizou uma caminhada pela manhã com a primeira-dama Gracinha Caiado e, à tarde, uma carreata com o próprio Caiado. O Professor é mole, lento, sorri sempre sem graça, não passa a imagem de um futuro executivo, na verdade se resumindo a uma antítese acinzentada de Vilela.
No horário gratuito, Alcides toma todo dia uma goleada de 7 x 1. Seu programa é arrastado, escuro e pendurado em uma trilha sonora sonolenta. Em um dos últimos, gastou todos os seus preciosos segundos falando de uma clínica para diabéticos, proposta que, com respeito pelos pacientes aos quais é devida toda a atenção médica possível, em qualquer parte, não tem nenhuma universalidade para atrair votos. Já o Leandro investe em um visual iluminado, vibrante, carregado de energia, com propostas consistentes como resolver os desafios da Educação Infantil ou do sonhado asfalto para 100% dos bairros. E isso temperado com aparições de Caiado, muito, mas muito enfáticas mesmo, pedindo habilidosamente a eleição do seu abençoado na base do “vocês me conhecem, sabem que eu sou um governador sério e jamais apoiaria um candidato se não tivesse certeza da sua postura, história e valores”.
Está comprovado: os programas de televisão repercutiram em Aparecida e impulsionaram Leandro Vilela, ao fornecer ao eleitorado as informações necessárias sobre a sua candidatura, enquanto, ao mesmo tempo, não contribuíram em nada com Professor Alcides – e talvez até tenham colaborado para a sua queda. Em 10 dias de palanque eletrônico, a diferença de 26,83 pontos pró-Alcides desabou 8,89 pontos e se reduziu a 17,94 pontos. Esses números não podem ser lidos de uma maneira estática, ao contrário, já que revelam um dinamismo capaz de levar nos próximos dias não só a uma garantia de 2º turno, como até mesmo a uma ultrapassagem de Leandro Vilela, ou seja, ao “rabo de peixe”. Inerte, sem reação, para Alcides só resta o clima de pânico agora punitivamente instalado na sua campanha.