Comunicação governamental mal e bem sucedida? Os casos de Iris, Marconi e Caiado
Lula, internado para socorrer uma afecção cerebral grave, vinha repetindo um mote típico de todo governante que patina na aprovação popular e sente no ar o cheiro de alguma rejeição grave: o governo vai bem, mas a comunicação segue muito mal. É um autoengano, porém uma desculpa esfarrapada a que recorrem aqueles investidos em mandatos executivos que não conseguem atrair a simpatia do povo – e até o prefeito de Goiânia Rogério Cruz, que teve mais de 10 secretários de comunicação, chegou a acreditar nela. O Cruz, coitado, nunca sequer se saiu nem mais ou menos no comando do Paço Municipal. Até hoje, no entanto, se considera um injustiçado: tem convicção de que foi um bom gestor, apenas desqualificado porque a sua comunicação foi ruim.
Governadores como Iris Rezende e Marconi Perillo passaram pela mesma experiência, embora sob formas diferentes. Iris confiava na sua interação direta com a população e se lixava para estratégias de marketing ou de divulgação das suas administrações. Pragmaticamente, pesava imperialmente o que entendia retornar votos e o que não e lançada suas mãos à obra. É por isso que nunca deu a mínima para assuntos da cultura goiana e passou a vida construindo empreendimentos de ferro e cimento, nada mais. Pagar a edição de um livro ou patrocinar uma peça de teatro, “quantos votos isso vai me render?”, perguntava deesanimado o velho cacique e o autor deste blog foi testemunha ocular. E assim se comportou até morrer.
Marconi governou Goiás por 16 anos cercado pela maior corte de bajuladores da história recente do Estado. Se os índices positivos nas pesquisas não vinham beirando a unanimidade, a culpa só poderia ser de uma comunicação equivocada. Puxa-sacos extremados chegavam a censurar perguntas que poderiam desagradar ou questionar Marconi em treinamentos para debates. Talvez tenha sido o ente mais próximo de um semideus que habitou o Palácio das Esmeraldas, infalível em todas as decisões – para o seu séquito, sempre, seriam as pessoas que não estavam à altura de compreender a excelência das suas ações. Nós não o merecíamos.
Tudo isso, não à toa, terminou mal. Arrastado pelo escândalo Caixego, Iris conheceu o gosto amargo de derrotas eleitorais sucessivas e nunca mais voltou ao governo do Estado. Marconi continua padecendo as penas da insignificância política, depois de acumular erros graves que nenhuma comunicação, nem mesmo a mais perfeita e acertada, lograria resolver quanto a repercussão negativa. Um exemplo foi a chapa pessimamente concebida de 2018, com um candidato a governador sem densidade – José Eliton – e os candidatos ao Senado longe de qualquer renovação, sem falar em uma vice sem apelo como a professora Raquel Teixeira. Perdeu feio e nem poderia ter sido diferente.
E o governador Ronaldo Caiado? Eis aí alguém que não acredita e não age inspirado pelo marketing ou pelo filtro do “quantos votos isso vai me render?”. Caiado joga com a credibilidade inesgotável da sua biografia, dos seus princípios éticos e morais e da aposta na quebra sucessiva de paradigmas políticos e mesmo administrativos. Não se pode medir a sua estatura pela régua canhestra de Iris ou de Marconi, ele está muito acima. Ninguém, antes dele, chegou a um grau de aprovação tão espetacular, variando entre 83 e 87%, pelo Estado afora, quando 60 ou 70% desses percentuais já deixariam felizes antecessores como Iris e Marconi. Isso tem consequências. Uma delas, a principal, é a candidatura de Caiado a presidente da República, hoje listada pela imprensa nacional entre as soluções para o país em 2026.
Lula está enganado. Não há comunicação ou publicidade capaz de vender um produto de segunda ou terceira categoria. O idoso presidente é uma espécime analógica e decadentem em fase de extinção, situação que se reflete no atraso do seu governo e na tentativa desastrada de manter acesos os desgastados dogmas esquerdistas do esvaziado PT. Em breve, uma borracha apagará essa fase da história do Brasil e as lembranças não serão agradáveis. E daqui para ali quem vai cumprir esse papel será o nosso Caiado. Sim, nosso. Caiado é gente como a gente e nas suas mãos estão cada vez se depositando mais as esperanças e expectativas não só de Goiás, mas do país inteiro.
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