Como Goiás se tornou mal servido no Senado: Kajuru, Vanderlan e Wilder
Os três senadores da bancada de Goiás no Senado Federal, a mais alta e privilegiada Câmara Legislativa do país, resultam em uma soma zero se jogados na peneira dos serviços prestados às conveniências do Estado e da sua população: Jorge Kajuru, Vanderlan Cardoso e Wilder Morais não são capazes, nenhum deles, de explicar o que fazem empoleirados nas cadeiras que foram de personalidades ilustres como Alfredo Nasser e Pedro Ludovico, nos tempos de antanho, e mais recentemente como Mauro Borges, Henrique Santillo, Iris Rezende, Maguito Vilela e Ronaldo Caiado – todos eles institucionalmente comprometidos com a grandeza da missão parlamentar que receberam das goianas e dos goianos.
Kajuru é vítima de si próprio. Nasceu para a prosopopeia do espetáculo, chegou ao Senado como contraponto da arrogância do ex-governador Marconi Perillo e lá terminou esmagado pela inviabilidade do seu estilo de celebridade vazia do showbiz. Percebeu rápido que prosseguindo nesse comportamento se tornaria um pária entre as estrelas da República e se encolheu, sem substituir a máscara do populismo que alimentou a sua vida no jornalismo e o credenciou a disputar eleições. Não tem mais o peso nem de um vereador de corrutela, não será reeleito e não deixará qualquer legado. Nunca soube e não sabe qual o escopo de um senador e o que alguém detentor de um mandato tão elevado pode fazer pelo seu Estado. Esvaiu-se em fumaça e agora aguarda o escoamento dos seus últimos dois anos sentado em uma cadeira para a qual nunca teve a mínima vocação e preparo.
E Vanderlan? A esse falta também a noção do que compete a um senador. A sua derrota acachapante em Goiânia, nesta eleição municipal, deixa claro que o seu capital político virou pó, se é que algum dia teve algo de consistente além do “acidente” de 2018, quando por acaso estava no lugar certo e foi lançado de paraquedas na bacia virada para baixo da Praça dos Três Poderes. Vanderlan acha que a utilidade de um senador é distribuir tratores para prefeitos e verbas para instituições de caridade, atuando como uma espécie de despachante de luxo para os municípios em Brasília. Conseguiu até apequenar a presidência da 2ª mais importante comissão da Casa Alta, a de Assuntos Econômicos, pela qual transita como um morto-vivo e da qual se irá sem deixar saudade.
É com isso que Goiás conta no Senado, quer dizer, com nada. Nem é preciso citar Wilder Morais, outro beneficiário das distorções do sistema político brasileiro. Wilder mal sabe se expressar em português razoavelmente claro para ser entendido, não leva o próprio mandato a sério e pode ser historicamente considerado como um dos piores e mais baixos exemplos de representação senatorial de um Estado, em toda a história do Brasil, infelizmente o nosso. Como não tem nenhum estofo intelectual e pouco moral, é um zero antes da vírgula, o que é agravado pelo fato de que está cumprindo um segundo mandato, depois de navegar em brancas nuvens com o primeiro que ganhou na bandeja com o afastamento do titular Demóstenes Torres. Não aprendeu nem o bê-á-bá. É apenas um milionário à procura de diversão na política, às custas dos interesses de mais de sete milhões de goianas e de goianos e é assim que vai ser avaliado no futuro, tal como já o é.
A frente parlamentar goiana no Senado tornou-se uma nulidade, depois do brilho experimentado nos bons tempos, valendo ressaltar também o 1º mandato de Demóstenes Torres, nesse período uma das mais reluzentes presenças de um filho da terra na dita Câmara Alta. É questão de justiça reconhecer. Mas acabou, porque agora, só restou a esperança de uma correção de rumo em 2026, quando, ufa!, duas vagas serão renovadas. É fácil enxergar desde já que Kajuru e Vanderlan vão enfrentar obstáculos monumentais para se reeleger, algo que por ora beira o impossível e está preliminarmente descartado. Os que estão lá, acomodados no plenário mais qualificado do país, só atendem ao proveito deles próprios, não de Goiás.
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