Padre Robson repete impunemente o mesmo golpe da Afipe, agora em Mogi das Cruzes
Tendo escapado de processos criminais pesados graças à astúcia do advogado Pedro Paulo Medeiros, contratado com o dinheiro dos fiéis do Divino Pai Eterno, padre Robson não se emendou: em Mogi das Cruzes, São Paulo, para onde a igreja católica o exilou para varrer a sujeira para baixo do tapete, adivinhem o que ele anda fazendo? Nada mais nada menos que a repetição do mesmo golpe aplicado em Goiás, ou seja: fundou uma associação, tal qual a Afipe, onde se congregavam os ingênuos adoradores do Divino Pai Eterno, para recolher doações, que ele pede apaixonadamente em vídeos postados no Youtube, informando que a arrecadação será destinada à “obra de Cristo” e que aceita “qualquer quantia”.
Robson é uma espécie de rei da malandragem, daqueles que confiam na máxima popular de que a cada segundo nasce um otário. Esperto, ele circula sem parar pelas cidades vizinhas a Mogi das Cruzes, ampliando o raio da sua operação. Abriu um novo canal no Youtube, já perto de 400 mil inscritos. As missas transmitidas ao vivo têm de 3 mil a 7 mil visualizações, às vezes batendo 18 mil. De três em três minutos, letters interrompem a exibição ensinando como enviar grana para a Associação Obra de Cristo, cujo primeiro passo é o cadastramento em um site da “instituição”. Vejam só a desfaçatez, leitoras e leitores: padre Robson define a Associação Obra de Cristo como “uma reunião de fiéis que sentem o chamado para uma vida plena em Cristo, colaborando para que a Palavra, o amor e os ensinamentos de Jesus estejam constantemente no cotidiano de muitas pessoas pelo Brasil e o mundo”.
Cristo não gostava de dinheiro, mas agradece penhoradamente, garante o sacripanta. Em Trindade, Robson manipulava os milhões dos crentes do Pai Eterno para comprar fazendas, postos de gasolina, chácaras, prédios inteiros, imóveis em condomínios de luxo, dar propinas para políticos e até pagar amantes – de ambos os sexos, comprovando a versatilidade do “sacerdote”. A Cúria Romana convenientemente finge não saber de nada, provavelmente interessada em priorizar o fluxo de recursos para os seus cofres – que padre Robson, ardilosamente, nunca esqueceu na gestão dos seus investimentos financeiros e imobiliários.
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Se o Brasil fosse um país sério e se dispusesse de uma legislação penal rigorosamente formulada para punir criminosos e defender a sociedade, Padre Robson estaria amargando seus dias na cadeia, em especial pela gravidade de chefiar uma quadrilha montada para extorquir as parcas economias de pessoas humildades. Mas a realidade não é essa e ele está lá no interior de São Paulo, fazendo o mesmo que fez em Trindade, impunemente, usando o Santo Nome em vão e emporcalhando uma religião que tem dois mil anos de trajetória, mas, descaradamente nesse caso, parece disposta a reiterar os erros em que mergulhou ao vender indulgências e queimar mentes esclarecidas na fogueira. Sim, porque um padre Robson não existiria jamais sem um sistema corrupto e pusilânime por trás dele.