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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

21 jul

Campanha de Alckmin tenta poupar Marconi e diz que ele não foi afastado da coordenação, mas a verdade é que foi, sim, e não só por exigência do DEM, mas também por não gerar fatos novos e cometer erros

Os jornais noticiam neste sábado que a campanha de Geraldo Alckmin não afastou o ex-governador Marconi Perillo da coordenação política, por exigência do DEM, e que ele prosseguirá na função.

 

Não se engane, leitor. Marconi foi excluído, sim. E não só por incompatibilidade com a direção nacional do DEM, que é fechada com Ronaldo Caiado  e não aceita um inimigo do senador dando as cartas na coligação com o PSDB para apoiar Alckmin – tanto que o ex-governador goiano ficou sabendo pelos jornais que o Centrão, DEM incluso, havia fechado com o candidato tucano a presidente.

 

Tem mais. Marconi não estava se saindo a contento na tal coordenação. Foi de uma imprudência cavalar, por exemplo, ao comparecer a uma reunião do MDB e desprezar a importância do partido ao sugerir que o candidato emedebista a presidente, Henrique Meirelles, “daria um ótimo vice para Alckmin” – indelicadeza que desagradou a cúpula nacional. Pegou mal também o fato de que ele não foi chamado para um jantar na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, onde a coligação com o PSDB seria discutida. Maia, segundo o Estadão, teria dito aos convidados, todos do DEM: “Podem vir tranquilos que não vai ter pequi no cardápio”.

 

Sem diálogo com o DEM nacional e sem produzir nenhum fato novo durante o período que foi o coordenador político do ex-governador paulista, além de cometer erros em série, Marconi não poderia mesmo continuar.