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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

02 ago

Defecção de partidos que sempre estiveram na base governista nos tempos de Marconi é vexame pessoal e humilhação política para Zé Eliton, incapaz de segurar a ampla aliança que recebeu de presente

Primeiro, saiu o PROS, levando o deputado estadual Lincoln Tejota para a vice-governadoria de Ronaldo Caiado. Antes, haviam pulado fora os deputados Iso Moreira e Álvaro Guimarães. E o senador Wilder Morais.

 

Depois, foi a vez do PDT, com a deputada federal Flávia Morais buscando a reeleição na chapa proporcional da coligação democrata.

 

O PRB, por sua vez, está praticamente fechado com o MDB e vai apoiar a candidatura de Daniel Vilela, com o deputado federal João Campos em uma das vagas ao Senado. E o PP avalia publicamente também fechar com o candidato emedebista.

 

Essas defecções estão abalando a base governista, mesmo porque são partidos e políticos que sempre estiveram, em quaisquer circunstância, ao lado de Marconi Perillo. Mas, com Zé Eliton no governo e como candidato a mais quatro anos, a conversa mudou.

 

O que se tem hoje é uma situação constrangedora para o governador que não quis fazer política nos seus primeiros quatro meses de mandato-tampão, concentrou-se nas atividades administrativas tentando se apresentar para a sociedade como um estadista e disse que a tarefa de coordenar os partidos caberia a Marconi. Mas Marconi tinha outras coisas para fazer: sua própria candidatura ao Senado, que não é tão segura mais, e ainda por cima se desincumbir de uma das coordenações políticas da campanha presidencial de Geraldo Alckmin. O barco do Tempo Novo ficou à deriva e agora ameaça se transformar em um Titanic.

 

Ao perder o controle de partidos que sempre foram tradicionais na base governista, Zé Eliton se expôs a um vexame pessoal e vive dias de humilhação política por não ter sido capaz de, senão ampliar, pelo menos conservar o que recebeu na bandeja. Está com cara de coveiro do Tempo Novo.