Defecção do PP deixa a suspeita de que Marconi fez corpo mole e não segurou o partido para atender a interesses pessoais e também a um antigo compromisso que tinha com Maguito

O PP deixou a base governista, levando de quebra o PRB, bandeou-se para a oposição e produziu um fato novo especialmente negativo para a candidatura do governador Zé Eliton. Um acontecimento que se mostra capaz de mudar o resultado das próximas eleições.

Não é todo dia que algo dessa magnitude acontece na política em Goiás. Durante algum tempo ainda, explicações e respostas vão ser procuradas: o que houve realmente? Por que um dos partidos fundadores do Tempo Novo, fiel durante 20 anos, repentinamente mudou de posição?

Uma das teorias conspiratórias sobre a debandada do PP passa pelo ex-governador Marconi Perillo – que notoriamente fez corpo mole e não se esforçou para segurar o partido na base governista. Enxergam-se hoje três motivações para o tucano-chefe; 1) interesse em abrir uma vaga de candidato ao Senado na chapa do MDB para Vanderlan Cardoso, que tem recall em Goiânia e região, onde Marconi é fraco, e vai tirar votos de Lúcia Vânia e Jorge Kajuru; 2) interesse em inviabilizar a entrega da vaga de vice de Zé Eliton a um indicado do PP e ungir Raquel Teixeira, nome de sua estrita confiança, para o posto, garantindo tranquilidade em caso de sobreveniência de qualquer impedimento do titular; e 3) interesse em atender a um compromisso antigo firmado com o ex-governador e ex-prefeito Maguito Vilela, para reforçar a aliança de partidos com o seu filho Daniel Vilela, manter a oposição dividida e a candidatura de Ronaldo Caiado (que não se dá bem nem com Marconi nem com Maguito) pressionada.

Nesse raciocínio, a perda do PRB acabou sendo um acidente de percurso. Mas ajudou a robustecer a estratégia secreta de Marconi, ao fortalecer ainda mais a chapa do MDB. Em um eventual 2º turno contra Caiado, seja qual for o outro nome na disputa, Zé Eliton ou Daniel, ele e Maguito estariam de mãos dadas.