Estratégias de campanha: Caiado segue em frente com a sua proposta de “mudança”, Daniel cresce falando em “renovação” e Zé Eliton tenta o mote da “garantia”. Escolha a sua opção, leitor

Os três principais candidatos preparam-se para colocar a campanha na rua, o que será permitido a partir do dia 16, quinta-feira, com ênfase no aprofundamento das estratégias que apresentaram até agora.

Ronaldo Caiado, o líder das pesquisas, hoje com perspectiva de vitória no 1º turno, vai para a nova fase da campanha navegando tranquilo com a marca que conseguiu colar ao seu nome – a “mudança”. Não é preciso maiores explicações: mudança é um conceito inerente a toda e qualquer oposição, especialmente uma que enfrenta um sistema de governo que está há 20 anos no poder e, pior, identificado com uma única figura de governante, Marconi Perillo, que, nesse período, exerceu quatro mandatos. Entre coisas boas e ruins, o fato é que acabou cansando e, para Caiado, ficou até fácil encarnar o cantado e decantado sentimento de “mudança”.

Daniel Vilela, que ganhou musculatura política a partir do acordo com PP, PRB e PHS e conseguiu até montar uma chapa competitiva, tem basicamente a mesma proposta de Caiado, mas com algumas diferenças sutis: a sua “mudança” é uma “nova mudança”, embrulhada com um ingrediente a mais, a “renovação”, que busca absorver as vantagens da sua cara de jovem e das suas características de novidade absoluta na eleição. A esse eixo de campanha, o emedebista está acrescentando, com êxito, a ideia de incorporar a tecnologia aos instrumentos de governo – o que, ao mesmo tempo, embute uma crítica ao atual sistema como envelhecido e analógico.

Zé Eliton tentou vários bordões – “Novo Tempo Novo” foi um deles –, mas nenhum pegou. Agora, pelo que se viu no discurso que fez na convenção, lançou a bandeira da “garantia”, ou seja, é ele (“Eu garanto”, repetiu várias vezes) quem vai assegurar a continuidade de programas que beneficiam a população, como a Renda Cidadã, a Bolsa Universitária ou o Cheque Moradia, propostas emblemáticas e bem sucedidas dos governos passados de Marconi. Colocada lado a lado com os slogans dos adversários, a “garantia” tem indiscutivelmente menor apelo que a “mudança” ou a “renovação”, mesmo porque sugere que o candidato tucano, se eleito, promete fazer… o que já é feito e já existe.

Escolha a sua opção, leitor.