Explicações de Marconi são incompletas, ignoram as provas de entrega de propinas a prepostos de Jayme Rincón e, pior ainda, não mencionam os quase R$ 1 milhão de reais apreendidos em dinheiro vivo

O ex-governador e candidato ao Senado Marconi Perillo enveredou por um caminho tortuoso para tentar explicar as buscas e apreensões que a Polícia Federal fez em seus endereços em Goiânia, Pirenópolis e São Paulo.
Marconi afirma e reafirma que a Operação Cash Delivery é “café requentado”, “perseguição política” e “atende a ordens de Caiado”. Nenhuma dessas três alegação aborda o que realmente aconteceu: a investigação é movida por órgãos isentos e de credibilidade nacional – o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, com autorização da Justiça Federal. Não é “café requentado” porque os fatos não prescreveram e estão sendo apurados desde dois anos atrás, com o agravante dos quase R$ 1 milhão de reais encontrados na casa de um motorista e preposto de Jayme Rincon. Essa montanha de dinheiro é café que acabou de ser coado. E, finalmente, falar em responsabilidade de Ronaldo Caiado pela deflagração da Cash Delivery a 10 dias da eleição é um verdadeiro delírio. Onde é que o MPF, a PF e a Justiça Federal obedeceriam a ordens do senador democrata?
As explicações do ex-governador tucano não explicam nada e são dirigidas exclusivamente ao seu público apaixonado – insuficiente, diga-se de passagem, para elegê-lo para o Senado. Marconi precisa falar para a sociedade como um todo, onde estão os votos que até antes da agenda policial de sexta-feira, apontavam para a sua eleição, em um quadro apertadíssimo, segundo as pesquisas de credibilidade, mas de alguma possibilidade. E para isso o que vem dizendo não ajuda em nada- mesmo porque desrespeita a inteligência dos goianos e os trata como crianças.