Velha política: Caiado repete os “conchavos” do passado com cota de R$ 30 mil em nomeações aos deputados estaduais que aceitarem compor a base do governo na Assembleia
O governador Ronaldo Caiado resolveu articular uma base de apoio na Assembleia começando pela pior forma possível: a distribuição de cotas de R$ 30 mil em nomeações para cargos comissionados a cada parlamentar disposto a compor a sua estrutura de sustentação no Legislativo.
Pessoalmente, Caiado não conversa sobre o assunto com os deputados. A rigor, nem tem contato com eles, a não ser em encontros casuais ou solenidades. O encarregado das negociações é o secretário de Governo Ernesto Roller, em cujo gabinete, no Palácio Pedro Ludovico, está instalado o balcão caiadista do toma-lá-dá-cá. Não foram incluídos, por enquanto, os deputados federais e os senadores – todos, com exceção de Luiz Carlos do Carmo, que indicou um irmão para a presidência da Agehab, ressentidos com a falta de diálogo e o desinteresse do governo do Estado em ouvi-los.
A prática de oferecer pacotes de cargos comissionados aos deputados foi rotineira nos governos passados, como parte dos “conchavos” que o novo governador repetidamente condenou desde que foi eleito e chegou até a mencionar, de forma pejorativa, em uma reunião com parlamentares na própria Assembleia. Segundo Caiado, esse tempo teria chegado ao fim em Goiás – ironicamente ele disse entender que, para alguns dos beneficiados, seria difícil “desmamar” (expressão que usou literalmente), dirigindo-se explicitamente ao deputado tucano Talles Barreto, naquela ocasião.