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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

09 abr

Se o Caiado de hoje fosse o mesmo Caiado de ontem, Ricardo Soavinski seria ex-presidente da Saneago e já teria retornado ao Paraná

Nenhum político em Goiás tem uma carreira política construída sobre posições tão firmes e duras em relação ao combate à corrupção e ao comportamento moral e ético na administração pública quanto o governador Ronaldo Caiado.

 

Caiado, no passado, era rigoroso. Muito mesmo. Quando alguém do PFL e depois do DEM aparecia envolvido em suspeitas de corrupção, ele era o primeiro a propugnar o afastamento, como uma espécie de punição prévia. Foi duríssimo, por exemplo, com o então governador de Brasília José Roberto Arruda quando surgiram as denúncias iniciais contra ele – Caiado defendeu a sua expulsão antes mesmo de qualquer averiguação.

 

Caiado era assim como parlamentar. No Executivo, experiência nova na sua biografia, tem mostrado que seus critérios estão perigosamente frouxos. Seu governo, mostrou uma reportagem de uma página de O Popular no último domingo, está repleto de parentes dele e de políticos, nomeados para cargos importantes. Quando é que o Caiado de antigamente aprovaria uma estrepolia como essa? Mas isso, perto do que aconteceu e está acontecendo na Saneago, é fichinha.

 

O Caiado de ontem já teria demitido da Saneago sem contemplação o oceanógrafo Ricardo Soavinski(foto), que ele importou do Paraná, e toda a sua equipe, também de fora, tão logo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal saíram a campo para prender funcionários do alto escalão da empresa que já tinham sido detidos antes e Soavinski manteve ou readmitiu. O Caiado de hoje não só não exonerou ninguém, como ainda expôs a sua história ao defender a impossibilidade de controlar o que os servidores fazem. Sim, é verdade. Porém… e aqueles que, em tempos recentes, estiveram na mira de operações policiais e chegaram até a ser recolhidos à cadeia? Por  que e como foram mantidos ou readmitidos por Ricardo Soavinski e sua turma, em pleno governo de Ronaldo Caiado? Aí também é demais.