Massacrado nas urnas, PSDB goiano segue em marcha à ré, recusa qualquer autocrítica e vai eleger Jânio Darrot como presidente para fugir da renovação e preservar a influência de Marconi
Um partido que elegeu apenas um deputado federal, somente seis estaduais e viu os seus candidatos majoritários – Marconi Perillo e Zé Eliton – humilhados por uma surra histórica nas urnas, teria obrigatoriamente que se propor um processo de reoxigenação, discutindo os erros do passado e procurando se reposicionar para tentar recuperar a confiança dos eleitores e verdadeiramente discutir rumos para Goiás. Esse deveria ser o PSDB goiano, que na próxima sexta-feira, dia 3, no auditório Costa Lima da Assembleia Legislativa, das 8hs ao meio dia, vai eleger o seu novo comando regional, que, de novo, não tem nada.
Jânio Darrot, prefeito de Trindade, será eleito para a presidência dos tucanos estaduais. Ele é o nome que o ex-governador Marconi Perillo escolheu, com a missão de preservar os seus interesses e garantir que a estrutura do partido e a cota de R$ 300 mil mensais que recebe do fundo partidário continuem a seu serviço. Marconi, acossado por um cerco judicial pesado, com mais de uma dezena de denúncias por improbidade e pelo menos um inquérito criminal por recebimento de propinas, não quer saber de nenhuma renovação e menos ainda não aceita ficar relegado a segundo plano em uma eventual refundação do partido – passo que seria correto, mas que não virá.
O PSDB deixou de ter inteligência em Goiás há muito tempo. Não aconteceu por acaso a dura derrota que o partido colheu nas últimas eleições. Foram erros e mais erros, a começar pelo lançamento de um candidato a governador sem nenhum apelo eleitoral, Zé Eliton, com uma vice, Raquel Teixeira, idem. Nem um nem outro tinham qualquer apelo político, a não ser se prestar ao papel de extensão de Marconi, mesma função que Jânio Darrot está aceitando agora. É mais um equívoco e caminho para novas e futuras derrotas.