Adesão a Caiado de jovens deputados eleitos ao lado de Marconi surpreende e mostra que a velha política sobrevive independentemente da idade dos seus protagonistas

Eleitos ao lado do ex-governador Marconi Perillo e depois de iniciar a carreira apoiando entusiasticamente os governos do PSDB, os deputados estaduais Diego Sorgatto (PSDB), de 28 anos; Virmondes Cruvinel, (Cidadania, ex-PPS), de 39 anos; e Thiago Albernaz (ex-PSDB, atual Solidariedade), também de 28 anos, (fotos acima nesta ordem), confirmam que a presença de jovens na política nem sempre tem compromisso com a renovação e muitas vezes se pauta pelas velhas práticas do fisiologismo: eles aderiram ao governador Ronaldo Caiado em troca de vantagens oferecidas pelo “balcão de negócios” instalado pelo Palácio das Esmeraldas para conseguir votos na Assembleia (um exemplo: Virmondes Cruvinel indicou e Caiado nomeou sua mãe Rose para a chefia de gabinete da Emater).
Fosse um processo de ideias e propostas, ninguém diria nada. Possivelmente, os três seriam até aplaudidos. Nem toda adesão embute um componente de questionamento moral e, embora raramente, pode ter a ver com o interesse público e um eventual redirecionamento a favor das forças que fazem a história avançar. Não é o caso. Diego, Virmondes e Thiago (este deve ter feito o avô Nion Albernaz se revirar no túmulo) pularam para as hostes caiadistas apenas para se beneficiar de cargos e nomeações – nenhum deles, até agora, deu qualquer palavra para explicar a mudança de posição e, pior, em tão pouco tempo.
Adesões, como se sabe, pegam mal para quem adere e igualmente a quem se adere. Caiado, apesar dos seus quase 70 anos (que completará em 29 de setembro próximo), se diz um defensor da “nova política” e, é preciso reconhecer, teve uma carreira de pouco toma-lá-dá-cá e menos ainda jamais trocou suas convicções por qualquer benesse, mas também nunca foi uma virgem imaculada transitando pelo bordel da política. Tanto que, investido pela primeiras vez em funções executivas, não hesitou e mandar seus articuladores oferecerem a deputados cotas de R$ 30 mil em nomeações e direito a indicações de diretores e superintendentes, inclusive com liberdade para apontar parentes – item em que ele mesmo se tornou um exemplo, designando Caiados a granel para a sua equipe de auxiliares, inclusive marido e mulher (caso de Aderbal, diretor da Agetop, e sua esposa Adriana, superintendente da OVG, ambos… Caiados).
Mas a verdade é que governo algum sobrevive sem a “velha política”. Nem os que são eleitos contra. Sobre familiares no governo Caiado, leia mais aqui.