Meter a mão no dinheiro do FCO, uma das poucas fontes de financiamento a juros baratos para empresas, e enfiar no saco sem fundo do governo de Goiás, é a ideia mais infeliz que Caiado já teve
Poucas vezes se viu em Goiás um governante defendendo uma ideia tão ruim como a de Ronaldo Caiado, que quer meter a mão no dinheiro do Fundo Constitucional do Centro-Oeste, o FCO, para enfiar no saco sem fundo do governo do Estado – que o próprio Caiado apresenta como literalmente quebrado.
O FCO, por reserva inscrita na própria Constituição Federal, é uma fonte de financiamento a juros baratos destinada aos empreendedores privados, inclusive do agronegócio, setor da economia que está no coração do governador. Mas Caiado, que ainda não apresentou uma proposta séria que verdadeiramente seja capaz de cortar no osso quanto ao excesso de despesas do Estado, principalmente com o funcionalismo, quer abocanhar um terço dos recursos do fundo – o que daria algo em torno de R$ 1 bilhão anuais – para aplicar a metade em projetos de infraestrutura e a outra metade em custeio da máquina administrativa (o que significa que pretende usar a verba para pagar salários).
É grana alta que vai sumir pelo ralo. E que não tem nada a ver com os investimentos que o FCO, constitucionalmente, está destinado a financiar. Em vez de fazer a mudança que prometeu na campanha e levou os goianos a aclamar o seu nome nas urnas, Caiado está fugindo dos ajustes que realmente poderiam resolver a crise fiscal do Estado. Seus dois projetos de reforma administrativa são superficiais , trazendo uma economia, em quatro anos, calculada em mais ou menos R$ 440 milhões – uma gota d’água no oceano, já que o orçamento anual é de quase R$ 20 bilhões. E o pior é que, fora isso, não há nenhuma outra medida de contenção de despesas, para valer, adotada até agora.
Leia aqui informações complementares sobre a proposta de Caiado para o FCO.