Denúncias fantasiosas abalam a credibilidade de Caiado: desvio de R$ 1 bilhão no Ipasgo e 800 funcionários fantasmas na Educação não passaram de fake news criadas pelo próprio governo
A insistência no discurso de denunciação contra as gestões do passado acabou minando a credibilidade do governador Ronaldo Caiado, ao cometer o erro de endossar histórias fantasiosas e mal contadas sobre desvios ocorridos no Ipasgo, que chegariam a fantásticos R$ 1 bilhão de reais, e na Secretaria de Educação, onde teriam sido localizados 800 funcionários fantasmas.
Passados pelos menos dois meses desde que foi anunciada a descoberta de um escândalo sem precedentes no Ipasgo, que seria alvo de uma operação da Polícia Civil humoristicamente chamada de Morfina, nada foi apurado ou divulgado de concreto e, o que é muito pior, a empresa GT1 Tecnologia, terceirizada para prestar serviços de tecnologia da informação ao instituto, teve o seu contrato com o instituto prorrogado ao custo de R$ 17 milhões, mesmo tendo sido apontada inicialmente como envolvida na suposta fraude – que seria de R$ 1 bilhão, caiu para R$ 500 milhões, desceu para R$ 40 milhões e finalmente estacionou em 4 usuários que estariam usufruindo dos benefícios do Ipasgo, mesmo com mais de 100 anos de idade (o que pode ser possível, sem que se caracterize nada de errado).
Isso não é coisa de um governo sério. Se o fosse, o presidente do Ipasgo, o folclórico Silvio Fernandes, cuja aspiração maior hoje é ser indicado por Caiado para se candidatar a vice-prefeito na chapa da reeleição de Iris Rezende, seria sumariamente demitido. Este blog alertou, desde as primeiras notícias sobre a Operação Morfina, para a inconsistência do se que dizia ter acontecido dentro do instituto (leia aqui e aqui). Até o carrancudo secretário da Segurança Rodney Miranda, que antes de vir para Goiás era pouco afeito a malabarismos de marketing inquisitorial, caiu na esparrela e deu declarações bombásticas sobre o rolo que, ao menos pelo visto até o momento, nunca aconteceu.
Pelo mesmo caminhou enveredou a professora Fátima Gavioli, duas ou três semanas atrás, ao apregoar os resultados de uma auditoria que teria descoberto 800 funcionários fantasmas na Secretaria da Educação. Isso, em um evento público, ao lado de um Caiado com cara de espantado com o tamanho da bandalheira. Dois, três dias depois, veio a público a própria Gavioli para engolir tudo o que tinha dito, baixando para 300 o contingente de servidores recebendo sem trabalhar. E aí, mais algum tempo decorrido, reaparecendo constrangida para admitir que tudo não passara de um grande equívoco, baseado no lançamento de nomes em duplicidade na folha de pagamento, embora de fato recebendo em apenas uma. No final da patacoada, a dona secretária esclareceu que, sim, fantasmas haviam sido detectados na Educação, mas… apenas quatro, em um universo de dezenas de milhares de servidores.
Há mais ocorrências parecidas, no afã de jogar pedras contra as administrações anteriores – esporte predileto de Caiado, apoiado pela aflita legião estrangeira que ele trouxe de fora para ajudá-lo a governar Goiás, claramente ansiosa no esforço para corresponder às manias do chefe maior. Comprovado, a ferro e fogo, quase nada além de fake news forçadas por quem deveria ser responsável e comprometido com o dever de combatê-las e assim informar corretamente as cidadãs e os cidadãos.