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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

01 out

Oposição a Caiado é uma das mais fracas que um governo já teve em Goiás, não tem propostas, segue agarrada ao passado e prioriza o deboche em vez de argumentos sólidos

Nunca se viu em Goiás uma oposição tão fraca e desprovida de uma ação contundente, e – importantíssimo – dotada de alguma inteligência, como a que se apresenta hoje contra o governador Ronaldo Caiado.

 

Assim fica fácil…  para Caiado. Pelo interior afora, o presidente estadual do PSDB Jânio Darrot reúne minguadas plateias para defender o suposto legado dos governos do PSDB, que, como disse o jornalista Carlos Alberto Santa Cruz, virou farinha diante da inconsistência e do acúmulo de erros administrativos e irregularidades as mais graves possíveis até hoje aparecendo em cascata. Santa Cruz, com a sua verborragia faiscante, definiu corretamente o tal legado como “substrato de pó de espirro”, mas a tucanada não se emenda e continua agarrada a esse triste e ilusório passado – que não interessa mais a quem quer que seja em Goiás.

 

Fora isso, sobra quase nada. A oposição recusa-se a aprofundar teses e conceitos, que, sob adequada formulação, teriam o poder de abalar qualquer governo. E é esse o seu papel: apresentar alternativas que, em essência, traduziriam uma crítica convincente e fundamentada aos atos e fatos do poder estabelecido. Como nada ou ninguém é infalível, caminhos poderiam surgir e a atenção da população despertada, talvez em determinados casos obrigando a autoridade a alterações ou correções de rumo, em benefício da sociedade. Não é, contudo, o que vem acontecendo.

 

Ao escolher a trilha do deboche e da avaliação superficial e infantil das ações governamentais, o que a oposição faz é ajudar Caiado. Lembrem-se, leitora e leitor: ele vem de uma vitória espetacular nas urnas, quando recebeu o aval de quase sete entre cada dez eleitores. Trata-se de uma credencial portentosa, que reveste o governador de uma blindagem espessa, imune a tiros de canhão, quanto mais a beliscões de chumbinho de espingarda de ar comprimido. Um capital político dessa magnitude só pode ser enfrentado no campo das ideias, nunca no dos ataques pessoais e miúdos limitados à superficialidade do dia a dia da administração.

 

Caiado não é um engodo, como afirma, em artigo em O Popular nesta terça, 1º de setembro, o deputado estadual Talles Barreto, do PSDB. Longe disso, como se viu nos parágrafos anteriores. Engodo foi, por exemplo, o Goiás na Frente, aliás tendo Talles Barreto como comandante, programa mater do último e fatídico governo dos tucanos, quando os 20 anos do Tempo Novo foram enterrados pela desastrosa candidatura a governador de Zé Eliton e a reação massiva que humilhou a postulação de Marconi ao Senado.

 

O que está acontecendo hoje em Goiás, quanto ao que pretende a oposição saudosista, ajoelhada perante um Marconi que não é nem pálida sombra do que foi e resumida a atirar bolinhas de papel no governo, não é coerente com a tradição política construída no Estado em toda a sua história, quando até sangue correu em defesa de ideais e princípios. Não, os goianos não merecem isso.