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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

04 mar

Advertência para Glaustin e Baldy: empresários pensam primeiro em seus negócios e sempre tiveram vôo curto na política em Goiás

A política em Goiás sempre teve características diferentes em relação ao que ocorre em outros Estados, como, por exemplo, São Paulo. Lá, um empresário bilionário, João Dória, conseguiu-se transformar-se em governador. Aqui, não há precedente parecido. O poder estadual sempre esteve reservado a políticos, sem exceções, desde priscas eras. Empresários, em Goiás, têm vôo curto na política.

Verifique-se o exemplo de Sandro Mabel. Apesar de todo o dinheiro, não deu certo e acabou expelido e confinado, hoje, à presidência da Federação das Indústrias do Estado de Goias – FIEG, onde vem se saindo muito mal – já que a função exige capacidade de articulação e, enfim, preparo político. Ele não tem. Assim como seus similares Glaustin Fokus, empresário, e Alexandre Baldy, com a mesma profissão. Se é que ser empresário é profissão…

Glaustin, até no nome, é um supermercado e uma fábrica de alimentos processados exercendo um mandato parlamentar. Tal como Mabel foi, em toda a sua trajetória, apenas um representante da sua processadora de bolachas. Baldy, menos ainda. É um empresário não por méritos próprios, mas decorrente de um casamento que o transformou em miliardário. Teve um mandato de deputado federal comprado, aliás tal qual Glaustin.

Pelo sim, pelo não, ambos tiveram e têm uma oportunidade. Mas o que fazem com ela? Glaustin acha que ser deputado federal é encaminhar emendas para os municípios, conforme repete em suas entrevistas carentes de ideias e definitivamente pobres em conteúdo. Baldy emprega o poder financeiro pessoal para abrir caminho na política nacional, depois de um mandato apagado na Câmara Federal e uma passagem mais obscura ainda pelo Ministério das Cidades, no governo de Michel Temer, produto da sua amizade com o todopoderoso Rodrigo Maia e não de méritos individuais ou coletivos de qualquer natureza. Foi para a equipe de João Dória trabalhar em uma área, o transporte coletivo, na qual não tem nenhuma tradição e, menos ainda, mais de um ano depois de assumir, apresentou qualquer solução inovadora para São Paulo. É um fiasco.

Dinheiro não compra futuro em política. Nenhum dos dois – Glaustin ou Baldy – chegarão a lugar nenhum, mesmo com toda a influência dos recursos que possuem. Eleições proporcionais podem, sim, ser ajeitadas monetariamente e ambos são exemplo disso. Majoritárias, jamais. Nem Glaustin será um dia prefeito de Aparecida nem Baldy governador de Goiás ou sequer senador. Para esses objetivos, o que se requer são propostas e representação de um conceito admitido pela sociedade, o que não está à venda, como no caso de uma eleição para deputado estadual ou senador. Glaustin, diariamente, fala bobagens e besteiras sobre Aparecida, onde tem seus negócios, mas não sabe para onde conduzir ou o que apresentar para a sua população. Baldy, como presidente do PP, é um desastre, não conversa com o restante do partido, colocou um senador para fora (Vanderlan Cardoso) , enfraquecendo a bancada pepista na mais alta Câmara Legislativa do país. Nada disso é política. No máximo, são fenômenos temporários, com data de vencimento.