MDB completará 40 anos com os mesmos candidatos – Iris e Maguito – se repetindo nas eleições mais importantes em Goiás (e a única renovação foi o filho de um deles, Daniel Vilela)
Desde que Iris Rezende se elegeu governador pela 1ª vez, em 1982, o MDB vem se alternando entre apenas dois nomes nas eleições para governador do Estado, o dele próprio e o de Maguito Vilela, com a exceção de Henrique Santillo, eleito em 1986, e a “renovação” dentro de um desses clãs representada por Daniel Vilela, filho de Maguito, na disputa de 2018.
É um caso raro em termos de Brasil e possivelmente o único, que agora estende a sua abrangência para as eleições para prefeito de Goiânia, que, neste ano, terão ou Iris ou Maguito mais uma vez representando o MDB, configurando assim uma das agremiações partidárias, em termos estaduais, mais fechadas de toda a história política do país.
O MDB, hoje, em Goiás, deixou de ser um partido para se transformar em um condomínio familiar. Na prática, é controlado com mão de ferro pelos dois Vilelas, que já mostraram do que são capazes ao expulsar prefeitos de expressão como Adib Elias, de Catalão, e Paulo do Vale, de Rio Verde, que não acompanharam Daniel Vilela na temerária candidatura a governador no pleito passado. Há anos e anos que não surge uma liderança nova ou sequer um arremedo disso nos quadros emedebistas. Com todos os canais de oxigenação bloqueadas, por um acordo tácito, que evita um confronto prejudicial aos dois lados, eles, Maguito e Daniel, não interferem com os interesses de Iris, que, se quiser, será o nome emedebista, mais uma vez, para a próxima eleição em Goiânia. Se não quiser, Maguito está pronto -e indisfarçavelmente ansioso – para ocupar o seu lugar. Fora isso, qualquer um que colocar a cabeça de fora em busca de espaço, dentro da sigla, é imediatamente degolado.
O outro nome para o que se instalou há décadas com o MDB estadual é coronelismo. A legenda tristemente virou um partido de coronéis – jovens e velhos.