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José Luiz Bittencourt sobre política, cultura e economia

28 set

Pesquisa Serpes/O Popular indica 3 grandes eleitores em Goiânia – Caiado, Iris e Bolsonaro, o que favorece Vanderlan e piora as coisas para Maguito, que não tem o apoio de nenhum

Saiu a segunda parte da pesquisa Serpes/O Popular que, agora, trouxe uma avaliação do presidente Jair Bolsonaro, do governador Ronaldo Caiado e do prefeito Iris Rezende. São dados importantes, vez que colocam em questão o peso de políticos que estão fortemente expostos à opinião pública e por isso mesmo podem acabar influenciando o posicionamento do eleitorado, no caso, em Goiânia – e nesse sentido as informações levantadas pela sondagem publicada pelo jornal mais importante do Estado são as piores possíveis para a campanha do candidato do MDB Maguito Vilela.

Não há dificuldades para entender: Caiado conquistou um portentoso índice de 53,4% na soma de ótimo + bom, comprovando que mantém intacto, senão aumentou, o capital político que ramealhou nas urnas de 2018, quando foi eleito em 1º turno. E isso em um centro urbano que costuma ser crítico severo em relação às administrações estaduais e assim se comportou nos últimos 40 anos, nas gestões tanto do MDB, inicialmente, e depois do PSDB. Os governadores desses dois partidos sempre foram rejeitados em Goiânia e nunca tiveram voz ativa nas disputas pela prefeitura, não só acumulando derrotas, como também funcionando como cabos eleitorais negativos dos candidatos a que estavam ligados. Em 2016, a vinculação de Marconi Perillo ajudou a derrubar Vanderlan Cardoso, a partir da intensa exploração desse laço na comunicação da campanha de Iris Rezende.

Agora, novamente beneficiário do apoio de um governador, Vanderlan transferiu esse item da coluna de prejuízos para a de lucros. A aprovação de Caiado tem reflexos diretos na sua candidatura e ajuda a explicar os quase 10 pontos com que aparece à frente dos demais postulantes, na primeira parte da mesma pesquisa Serpes/O Popular. Azar de Maguito, que, por sua vez, deveria ou poderia se aproveitar dos 50,2% de soma de ótimo + bom alcançados por Iris Rezende, só que a neutralidade a que o prefeito se aferrou, quanto a sua sucessão, deixou o candidato emedebista ao léu ou até pior, já que as goianienses e os goianienses haverão de se perguntar, antes de votar, por que razões Iris não quis ou se recusou a avalizar a pretensão do seu companheiro de partido de se sentar na sua cadeira no Paço Municipal?

Complicando um pouco mais para Maguito, o presidente Jair Bolsonaro ganhou uma avaliação razoável, acima de 42%, no levantamento do Serpes/O Popular. Mais um passo atrás para o emedebista, já que a assimilação ostensiva com o capitão é muito mais de Vanderlan, que integra a sua base no Senado, e menos de qualquer outro nome lançado na corrida pela vaga de prefeito da capital. É crível: parte dos votos da base bolsonarista fatalmente se inclinará para o senador, em especial daquele grupo que enxerga o mundo a partir do fanatismo na adoração pelo presidente.

O candidato do MDB enfrenta, portanto, um cenário adverso, que se agrava a cada dia, na medida em que não chegam notícias afirmativas, ao contrário: atrás nas pesquisas e de certa forma com a estatura política reduzida ao se ver lançado em uma briga pelo segundo lugar com a petista Adriana Accorsi, Maguito não tem a simpatia de nenhum dos três grandes eleitores que comprovadamente terão alguma influência em Goiânia, segundo mostra o Serpes/O Popular. Ele não está bem e, nesse ritmo, vai terminar mal.