Daniel Vilela reage, avança no dever de casa, já pacificou as relações com Roberto Naves (Anápolis) e Adib Elias (Catalão) e tenta caminhos para a conciliação com Lissauer Vieira e Rogério Cruz
Maior beneficiário do acordo entre o MDB e o DEM, já que ganhou a vaga de vice na chapa da reeleição do governador Ronaldo Caiado, hoje a caminho da vitória nas urnas conforme comprovado pela divulgação da 1ª pesquisa Serpes sobre a sucessão estadual, com cenário de eleição liquidada no 1º turno, Daniel Vilela resolveu se mexer para buscar soluções para o passivo que a sua aproximação com Caiado criou.
O presidente estadual do MDB já esteve duas vezes com o prefeito de Anápolis Roberto Naves, que tinha a vida atazanada por vereadores emedebistas. Naves, corretamente, reclamou de ser compelido a apoiar uma chapa que privilegia Daniel Vilela, mas ao mesmo tempo enfrentar a oposição de emedebistas quanto a sua administração. Um diálogo se estabeleceu, por iniciativa do filho e herdeiro político de Maguito Vilela, com as coisas caminhando para um entendimento necessário para a campanha de Caiado no 3º maior colégio eleitoral do Estado. Parece bem resolvido.
Nesta semana, Daniel surpreendeu ao visitar o prefeito de Catalão Adib Elias(veja a foto), em sua própria casa, na tarde desta quinta, 27, acompanhado pelo deputado federal José Nelto como testemunha. Em clima de paz e amor, Adib desabafo pela expulsão do MDB depois de abrir uma dissidência para apoiar Caiado em 2018, mas aceitou as desculpas apresentadas e ficou de dar uma resposta – que já se sabe positiva – para o convite que recebeu para retornar ao partido, quando e como quiser, recebendo o controle da sigla não só na sua própria cidade, mas na maioria dos 11 municípios que estão no entorno de Catalão. Isso, para Adib, será decisivo para viabilizar a eleição do seu candidato a deputado estadual, o atual secretário municipal de Habitação Leovil Júnior.
Em Aparecida, quintal eleitoral do prefeito Gustavo Mendanha, Daniel Vilela finalmente vai partir para a ofensiva. Lá, a obrigação de ganhar a praça é dele e de mais ninguém na base governista. Na próxima terça, dia 1º de fevereiro, à noite, ele reúne seus aliados locais, a maioria egressos da equipe que acompanhou e trabalhou com Maguito nas suas duas gestões como prefeito, para propor um plano de mobilização, começando imediatamente com reuniões pequenas nos bairros até alcançar amplitude quando chegar a hora da campanha oficial, tendo como tema, sempre, o legado do seu pai para os aparecidenses – e a tese principal será a de que as obras e projetos importantes para Aparecida foram feitos por Maguito e não por Mendanha.
Daniel Vilela vai indo bem, portanto, recuperando o espaço que deixou de ocupar depois que foi privilegiado como vice de Caiado, porém omitiu-se ao deixar preencher o seu espaço para articular e superar as arestas que a sua consagração na chapa da reeleição do governador abriu em volta do Palácio das Esmeraldas. Só faltam dois itens, agora: 1) resolver a encrenca com o presidente da Assembleia Lissauer Vieira, muito irritado e contrariado com o lançamento de um candidato a deputado federal do MDB no seu terreiro natural, que é o Sudoeste goiano (trata-se do empresário Renato Câmara, de Montividiu) e 2) cauterizar as feridas que restaram do rompimento entre o MDB e o prefeito Rogério Cruz, no início do ano passado, não permitindo, assim, que esses resquícios, de lado a lado, venham a ser usados para inviabilizar uma aliança com o Republicanos a favor da chapa de Caiado.
Da parte de Rogério Cruz, já houve sinais positivos, entre os quais declarações do seu chefe de Gabinete José Firmino garantindo que, por conta do Paço Municipal, não há objeções e que o campo está aberto para a retomada do diálogo. Com Lissauer Vieira, dado ao temperamento forte do presidente da Assembleia, as coisas não serão tão fáceis assim. Mas uma recomposição, como tudo na política, não será impossível.