Planos de Governo dos 9 candidatos ao Palácio das Esmeraldas estão disponíveis: Vitor Hugo e Gustavo Mendanha propõem o mesmíssimo modelo administrativo bem-sucedido de Caiado
As leitoras e os leitores desse blog sabem que sempre analiso aqui os Planos de Governo apresentado pelos candidatos que disputam eleições majoritárias em Goiás e também que faço muitas postagens sobre esse tema. Assim, já fui ao site do Tribunal Regional Eleitoral, baixei os programas de ação apresentados por cada um dos nove pretendentes ao Palácio das Esmeraldas e posso adiantar: tem muito pano pra manga.
Programas de ação, vírgula. Planos de Governo, no Brasil, transformaram-se em documentos que basicamente atestam as intenções de cada candidato, com o abuso de verbos proativos no modo infinitivo: apoiar, incentivar, ampliar, focar, valorizar, reduzir, aumentar, focar, combater, priorizar e mais dezenas de similares. De palpável, com detalhamento de viabilidade e demonstração de sustentação orçamentária, quase nada. Nesse quesito, a proposta do governador Ronaldo Caiado é que vai mais longe, já que, buscando ele a reeleição, seus objetivos para um próximo governo se conectam com o que está implantado ou em andamento em Goiás, de três anos e oito meses para cá – o que, sem dúvida, é concreto, real e está à vista do eleitorado.
O modelo de governo de Caiado, nesse sentido, parece ser um sucesso. Major Vitor Hugo e Gustavo Mendanha, dois dos principais nomes da oposição (o terceiro em importância é o petista Wolmir Amado, mas sobre esse falarei depois) copiam, ora literalmente, ora sob disfarce de uma outra roupagem, tudo o que caracteriza a atual gestão: destaque para a busca de resultados positivos para a população no campo da Segurança Pública, fortalecimento da Educação e da Saúde e, principalmente, programas sociais para atender as famílias vulneráveis, jovens e crianças e, sobretudo idosos. Tudo o que Caiado faz, de cabo a rabo. Nada de novo ou além é colocado. É simplesmente e objetivamente a repetição do que o governador conseguiu de afirmativo, inclusive a recuperação fiscal e o equilíbrio entre receitas e despesas, sonho de todos os que, nos últimos 40 anos, sentaram-se no trono do Executivo estadual.
Vitor Hugo e Mendanha não entenderam qual é o papel de um verdadeiro representante da oposição em uma eleição majoritária. Seus Planos de Governo não deveriam se concentrar em itens aleatórios para avançar nisso ou melhorar naquilo, mas, sim, formular um projeto alternativo de poder – um conjunto de ideias, descendo a particularidades apenas para fundamentar a concepção geral, capaz de promover uma mudança e reorientar o Estado dentro de uma nova visão de futuro. Nem um nem outro fizeram isso. Marconi Perillo, na histórica vitória de 1998 contra o todo-poderoso Iris Rezende, fez, com o seu arrojado e inovador Tempo Novo.
As listas de metas que Vitor Hugo e Mendanha protocolaram no TRE, na verdade, são o reconhecimento do acerto dos paradigmas com que Caiado pautou na administração que vem comandando. É a mesmíssima coisa, enfim. Nada original. Nada revolucionário. Nada do que seria obrigação para quem enfrenta um concorrente que nunca se saiu menos do que no 1º lugar, com folga, em todas as pesquisas de intenção de votos. Se é para reproduzir o governo de Caiado, não seria melhor o próprio Caiado, que concebeu e executou o padrão?