A surreal notícia da crise entre Caiado e o presidente do Tribunal de Justiça publicada por O Popular

Na visão de mundo de O Popular, consolidada desde o tempo em que Cileide Alves passou pela editoria geral e Luiz Fernando Rocha Lima, o Nando, falecido recentemente, ocupou a diretoria de Jornalismo do Grupo Jaime Câmara, todo governo é ruim e toda oposição é boa.

Fabiana Pulcineli é o último resquício dessa jurisprudência deletéria dentro de O Popular. Ela acaba de publicar uma matéria surreal, apontando para uma crise entre o governador Ronaldo Caiado e o presidente do Tribunal de Justiça Carlos Alberto França, em uma clara distorção, para pior, da doutrina antigamente vigente na redação do principal jornal do Estado.

A reportagem não cita um único motivo concreto para o suposto imbroglio. Apresenta, como comprovante do improvável clima de instabilidade entre as duas autoridades, dois fatos: Caiado não compareceu a uma homenagem a França na Assembleia Legislativa e França, por sua vez, não deu as caras na solenidade de posse de Caiado no segundo mandato, realizada na Assembleia.

Agora, pasmem, leitoras e leitores: no dia em que França foi reverenciado pelo Legislativo, Caiado já estava em São Paulo para a cirurgia de ponte de safena. Com isso, na sequência, acabou obrigado a tomar posse à distância, esvaziando totalmente a solenidade presencial que mesmo assim foi realizada pela Assembleia, com o governador aparecendo apenas de forma online. O tradicional afluxo de personalidades foi mínimo, em comparação com eventos dessa natureza no passado (e França foi apenas mais um ausente, embora com o cuidado de enviar um representante).

O non sense tem sido a marca de O Popular, na sua busca obsessiva por fatos negativos envolvendo os níveis de poder em Goiás, a qualquer custo. Uma nota conjunta, assinada pelo governador e pelo desembargador presidente do TJ, desmentiu radicalmente a intriga. Nem era necessária. Quem leu o texto de Fabiana Pulcineli foi capaz de perceber a escandalosa falta de fundamento e a triste intenção de forçar a barra.